Nesta quarta-feira, 14, o G1 apresentou o mapa da homofobia em São Paulo, desenvolvido pelo portal de notícias com base em dados exclusivos obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. Segundo o site, em dez anos, 465 vítimas – uma a cada semana, em média – procuraram ou foram encaminhadas à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) para registrar queixa de crime motivado por homofobia em São Paulo. A radiografia das denúncias é mostrada no projeto jornalístico.
De acordo com os idealizadores do projeto, o mapeamento feito pela equipe de reportagem mostra todos os casos motivados por homofobia, registrados na Decradi. O mapa apresenta detalhes de cada vítima e o respectivo boletim registrado, com informações sobre o ano da denúncia, a localidade, a natureza da ocorrência, o sexo e a idade.
Para mapear os casos, o G1 fez trabalho em parceria com a delegacia, durante mais de quatro meses. Isso porque foram fornecidos pela Secretaria da Segurança Pública à equipe, após o pedido via Lei de Acesso, todos os boletins de ocorrência da Decradi (quase mil), sem diferenciar qual tinha a homofobia como motivação. Assim, os responsáveis classificaram cada caso, diferenciando os que tiveram envolvendo o público LGBT na década.
“Do total de boletins de ocorrência feitos de 2006 a 2016, 219 viraram inquérito na delegacia especializada – 55% do total. Não há, no entanto, casos de homicídio mapeados, já que a motivação desse tipo de crime só é conhecida durante a investigação. Um outro agravante (também para as estatísticas) é que a homofobia ainda não é crime no Brasil. Ou seja, as denúncias são enquadradas de acordo com a tipificação do crime correlato. São casos e mais casos de injúria, ameaça, lesão corporal, constrangimento ilegal, entre outros”, informa a reportagem do G1.
O conteúdo traz, ainda, infográfico que mostra os perfis das vítimas de homofobia na capital e dos agressores, este segundo teve grandes mudanças nos últimos dez anos, segundo os responsáveis pela Decradi. O que não se altera, ao longo do tempo, é o teor das ofensas à população LGBT.
Dos boletins de ocorrência aos quais o G1 teve acesso, a equipe de reportagem coletou algumas das frases ditas pelos agressores com o contexto em que elas foram pronunciadas e criou vídeo mostrando este tipo de agressão.
A reportagem também aborda casos conhecidos de ataques a homossexuais em São Paulo, como o de 14 de junho de 2009 quando, no fim do desfile da Parada Gay, uma bomba explodiu e feriu 13 participantes, todos homossexuais. O ataque foi feito por grupo neonazista chamado Impacto Hooligan. A delegacia especializada identificou e prendeu sete suspeitos pelo atentado. Dois deles chegaram a ser condenados em 2010 por formação de quadrilha, mas em 2015 o caso foi arquivado com a libertação dos presos. O G1 entrevistou 2 das 13 pessoas atingidas pela bomba: uma aceitou se identificar, a outra pediu para não ser mostrada.
O site fez, ainda, levantamento de outros casos de homofobia, vividos pela população LGBT em São Paulo, linkando matérias que foram veiculadas pelo G1 abordando o assunto. Por fim, a reportagem apresenta lista de locais para denúncias e apoio jurídico, centros de acolhida e atendimento e telefones úteis para vítimas da homofobia.
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