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Garantir a qualidade do sono dos filhos exige empenho coletivo da família

Belo Horizonte 29/9/2020 – Naturalizar ao longo dos anos o cansaço traz consequências graves para a saúde dos pais e das mães.

Muitos pais e mães sofrem com as noites mal dormidas, porque os filhos também não conseguem dormir de forma contínua. “Mas vai passar, porque é uma fase” ou “isso com certeza é o nascimento dos dentinhos.” Essas são afirmações constantes de pais e mães diante da irritação a respeito dos impactos que a falta de sono nas crianças causa em toda família.

Segundo pesquisa realizada pela Universidade de Warwick, na Inglaterra, com apoio do Instituto Alemão de Pesquisa Econômica (DIW), e publicado em 2019 pela revista científica Sleep, os pais podem demorar em média seis anos para recuperar a qualidade e duração do sono, após o nascimento de um filho. Essa conclusão se deu após uma análise com 2.500 mulheres e 2.200 homens, que foram entrevistados, presencialmente, uma vez por ano entre 2008 a 2015.

Mas, as consultoras do sono infantil, sócias-fundadoras do Ensinando a Sonhar, Jéssica Thuannie e Luciana Sales, explicam que esse cenário pode ser revertido, desde que o empenho para mudança na rotina seja concreto e coletivo com toda família.

“Quando uma criança nasce, os pais ainda têm uma visão de tutela absoluta dos pequenos. Mas, é preciso lembrar-se da dedicação necessária para a construção de uma rotina que integre também as necessidades da criança. Os pais e mães precisam superar barreiras comportamentais e entender com tranquilidade que, às vezes, o instinto não é suficiente”, explica Jéssica.

E para perceber que existe alguma alteração do sono da criança, Jéssica Thuannie chama a atenção para o cansaço. “Melhorar um hábito ruim exige atenção. Por isso, é muito importante que os pais observem se a criança começou a abandonar as sonecas. A raiz do problema é o cansaço acumulado. Isso precisa ser superado não compensando em horas de sono, mas com mudança de hábitos, evitando muitos estímulos noturnos e não achar que cansar a criança durante o dia vai dar certo. Isso só piora.”

A consultora do sono infantil Luciana Sales reforça que o amadurecimento das crianças propicia a transição da soneca, uma vez que a criança começa a aguentar mais tempo acordada, e isso pode começar a afetar a qualidade do sono. “Muitas vezes a filha dorme bem e pode começar a dormir menos. Ou até já está com a qualidade do sono afetada e os pais acreditam que vai melhorar. Não vai. Quando não tratado, o acúmulo do cansaço agrava a situação porque foi estabelecida uma rotina desequilibrada.”

Ela afirma que para mudar esse quadro é preciso que toda a família esteja envolvida, desde os pais, as mães, até as babás, avós, avôs, amigos e todos que cuidem da criança. “Para a criança assimilar os novos hábitos são 40 dias em média. Se todos e todas não estiverem envolvidos nesse processo, não há como firmar essa mudança enquanto rotina.”

Informação é poder e a saúde emocional é vital

“Informação é poder. O sono é um quebra-cabeças e é preciso estudá-lo.” Assim, as consultoras do sono infantil definem a necessidade das famílias buscarem mais informações e profissionais específicos que atuem nessa área. “Frequentemente, vemos que as famílias entendem o sono como uma questão trivial, então, qualquer pessoa tem uma dica para dar. Não pode ser assim. Naturalizar ao longo dos anos o cansaço traz consequências graves para a saúde dos pais e das mães”, disse Jéssica.

Luciana afirma que já atendeu casos em que mães tiveram a depressão pós-parto prolongada. Segundo ela, com o desgaste da falta de descanso, a liberdade e intimidade dos pais ficam comprometidas, o que desestrutura os casamentos, e também a saúde emocional.

Sobre esse último, ela define como o pilar para enfrentar toda a situação. “A mudança de hábito na criança só é possível com paciência e se ela se sentir amada e segura. Se os pais estão com a saúde emocional afetada e não cuidam disso, o problema vira uma bola de neve.”

A mãe do pequeno Heitor, Camila Rezende, exemplifica uma dessas situações. “Antes de começar a consultoria eu pensava que eu era a pior mãe do mundo, porque só desejava que meu filho dormisse, ficava com medo de não amá-lo. Mas hoje, vejo que tudo era por causa da privação do sono que eu estava. Mesmo com as alterações na rotina do Heitor, como quando vem visitas em casa, ele vai para o berço muito tranquilo, sem choro sem nada.”

Outro dado impactante foi revelado em um estudo feito por uma comunidade de pais no Reino Unido, na qual revela que um quinto dos casais se separam após 12 meses do nascimento do bebê. A chegada de uma criança, mesmo que planejada, pode aumentar a ansiedade, a cobrança, afetar a vida sexual, conflitos conjugais e se agrava ainda mais quando há privação do sono da criança. Com isso, os pais ficam exaustos e sem forças para cuidar de um relacionamento. Camila Rezende, após aprender a adaptar a rotina da casa à rotina do filho, relata que “o trabalho de consultoria com a Ensinando a sonhar resgatou meu casamento, a minha vida toda, porque eu tenho outra vida. Hoje eu estou tão feliz!”

Ensinando a Sonhar

Luciana e Jéssica são consultoras do Sono infantil, sócias-fundadoras da Ensinando a Sonhar, formadas pelo International Parenting and Health Institute (IPHI) e pelo Family Wellness International Institute (FWII), ambos dos E.U.A, e educadoras parentais pela Escola da Parentalidade Positiva de Portugal.

Realizam atendimento personalizado para pais que enfrentam problemas com filhos que não dormem bem. Para ampliar e democratizar o método exclusivo da Ensinado a Sonhar, elas criaram um curso online que já ajudou mais de 7.000 famílias a melhorarem o sono de seus pequenos e de todos na casa.

Website: https://taplink.cc/ensinandoasonhar

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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