Gerente de conteúdo original da Fox, Julia Priolli tem várias dicas para roteiristas e produtores. Sugestões que valem para quem desejar começar na área. O conteúdo abordado pela executiva foi discutido em entrevista à Imprensa Mahon. Na conversa com Krishna Mahon, ela falou sobre sua própria trajetória profissional. Lembrou, entre outros pontos que trabalhou por 10 anos como jornalista. Só depois se tornou roteirista.
“Chamaram-me para escrever um livro, era um projeto para o MinC sobre o primeiro edital de televisão pública que existiu no Brasil, o FICTV. A série ‘3%’ surgiu lá. Como o edital envolveu toda a cadeia produtiva do audiovisual, eu entrevistei muita gente, do Gilberto Gil aos produtores e roteiristas iniciantes. Assim eu percebi que era isso é o que eu queria fazer da minha vida”, contou a hoje feliz roteirista Julia Priolli.
“Fui estudar. Fiz meu primeiro curso no b_arco, com Aleksei Abib, em 2011. Assim que fui participar de uma sala de roteiro, percebi que ainda me faltava coisa, que precisava aprender mais. Então, fui para [Universidade de] Columbia”, explicou a roteirista. Quando voltou dos Estados Unidos, Julia Priolli participou de várias salas de roteiro até entrar em um núcleo criativo da O2 Depois, foi convidada para ser script doctor freelancer na Fox — sendo que a parceria com a empresa segue até hoje. As outras dicas estão no vídeo (abaixo).
Questionada por Krishna Mahon sobre quais projetos ela mais gosta de receber, Júlia Priolli não titubeou. “A coisa que mais me chama atenção hoje em dia é o Zeitgeist, o espírito do tempo. Costumo dizer que não adianta eu me encantar por alguma coisa que funcione agora, ela precisa funcionar em 2022. E espero que até 2022 não estejamos mais nessa distopia fundamentalista teocrática”, ponderou a roteirista. “Que possamos falar de outras coisas. No momento é isso. ‘The Handmaid’s Tale’ funciona por quê? Porque o mundo está muito bizarro. São questões que estão muito urgentes”.
A funcionária da Fox, porém, não perdeu as esperanças no país e nem no futuro do mercado audiovisual. “Acredito muito que voltaremos a viver numa democracia, e que a gente possa ter histórias mais leves a partir de 2023, 2024”, disse a gerente, antes de dar uma dica de ouro para quem vai fazer pitching ou apresentar um projeto. “Você consegue escrever sua ideia numa logline? Você consegue explicar seu projeto em três linhas? Perfeito, então sua ideia está concisa e clara na sua cabeça”, ensinou.
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