Haters gonna hate, diz um velho ditado da jovem internet. Portanto, esperar a caridade de quem já detesta é um tanto quanto inocente. Mas, e quando o outro acerta? Perdoem-me os chatos do coro do “não fez mais do que a obrigação”, mas a TV Globo, co-protagonista do episódio que arranhou um de seus rostos mais conhecidos, o onipresente José Mayer, está indo muito bem, obrigado.
Em uma guinada impressionante para uma crise dessa proporção – uma denúncia de 8 meses de assédio do galã da última novela das 21h a uma jovem figurinista de 28 anos, Susllem Tonani – a emissora trabalhou rápido para não só apurar fatos e versões, como ainda mitigou eventuais respingos sem seu nome.
No mesmo dia em que Mayer desqualificava a denúncia – “As palavras e atitudes que me atribuíram são próprias do machismo e da misoginia do personagem Tião Bezerra (que ele interpreta na novela), não são minhas!” – e Letícia Sabatella, outra estrela da casa, saía em defesa da figurinista, segundo o jornal carioca O Dia, circulava uma mensagem interna para todos os funcionários, dando o tom do que viria.
“Não compactuamos com atitudes que contrariam o Respeito que defendemos. Essa acabou sendo mais uma oportunidade para que a Globo reforce crenças de respeito à diversidade, ao ser humano, que existem na emissora há tempos. Tudo que tem sido discutido internamente, todas as dúvidas que têm sido tiradas, têm como base o Código de Ética e de Conduta do Grupo que prega esses valores desde sempre”, assinava o diretor-geral da emissora, Carlos Henrique Schroder.
Horas depois, José Mayer seria afastado da emissora.
E a Globo seguiu acertando.
Na terça, os jornais da casa divulgaram amplamente tanto a carta aberta assinada pelo ator, como um contundente posicionamento da casa, em que reforça o zelo para que as relações entre funcionários e colaboradores da emissora e o apoio ao manifesto #chegadeassédio.
Em iniciativa inusitada e corajosa, permitiu ainda que, no Vídeo Show, as atrizes Drica Moraes, Luisa Arraes, Tainá Müller e Cissa Guimarães vestissem uma camiseta ‘Mexeu com uma, mexeu com todas’, movimento que foi apoiado institucionalmente:
“Sobre a iniciativa de funcionários, colaboradores e executivos de usar hoje camisetas com os dizeres ‘Mexeu com uma, mexeu com todas’, a Globo se solidariza com a manifestação, que expressa os valores da empresa”.
O assédio sexual foi discutido ainda no Encontro com Fátima Bernardes e na Globonews.
Nem tudo é elogio. Pela web, circulam queixas de que a emissora “fez pouco” pela figurinista. Para outros, a Globo encenou uma “jogada de marketing” para desviar o foco.
Posicionar-se diante de milhares de funcionários, dando liberdade aos “anônimos” e a pessoas públicas, contratadas pela empresa, falarem sem censura de um tema tabu, em rede nacional, ocorrido atrás das câmeras, e que envolve um funcionário com 40 anos de casa é pouco?
Pelos tempo de TV Globo, pela referência que é na maior emissora do país, José Mayer certamente terá uma segunda ou muitas outras chances de atuar e até se redimir.
Para Susllem, que foi atacada física e moralmente, e obrigada a expor-se ao mundo para ser ouvida em seu grito solitário, certamente a retomada será lenta e dolorosa.
Para o telespectador da TV do Brasil, ainda que a duras penas, a lição desse episódio é uma só: não passarão. Nem sendo o José Mayer.
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