Conheça expressões ligadas ao ato sexual – ou à sacanagem, se você preferir – que também estão presentes no universo dos jornalistas.
As preliminares
Os repórteres de TV dão uma atenção mais especial às preliminares. Antes da entrada ao vivo ou de gravarem uma passagem para a matéria, arrumam os cabelos, retocam a maquiagem, checam se o feijão do almoço não persiste entre os dentes. Alguns fazem aqueles exercícios de aquecimento das cordas vocais. E o mais importante para que tudo role de maneira mais prazerosa e no timing certo é não se esquecer de contar “um, dois, três” antes de entrar. Alguns focas pulam as preliminares e vão direto ao link ou à gravação. É a chamada ejaculação jornalística precoce.
A masturbação
O jornalista conseguiu apurar informação para, no máximo, 20 linhas, mas ganhou um espaço de 40 linhas para escrever. E agora? Haja imaginação! O jornalista afasta-se dos colegas, senta-se em frente ao computador, fecha os olhos e começa a inventar qualquer coisa. Fica ofegante ao finalizar um lead com 15 linhas. Muitos se sentem culpados ou frustrados. Outra forma clássica de onanismo jornalístico é passar a tarde inteira na redação sem nada para fazer. O repórter fica lá, sozinho, tentando se excitar com informações que chegam das agências de notícia.
Foder com segurança
Nos tempos atuais, cheios de doenças perigosas e outras ameaças, como o “processo por danos morais” ou a “demissão indesejada”, todo cuidado é pouco para os jornalistas. Portanto, antes de publicar uma denúncia, certifique-se de que a fonte disse aquilo mesmo que você escreveu, certifique-se também de que o denunciado não é um importante anunciante ou amigo do dono de seu jornal, não esqueça o outro lado (com carinho, é claro, para não machucar) e jamais deixe de usar um gravador com entrevistados de risco.
O coito interrompido
Faltam poucos minutos para o fechamento, o repórter está com o texto quase pronto. Confere uma última anotação em seu bloquinho, passa o corretor ortográfico, arredonda o título. Tem os músculos tensos e suor na testa. Está quase chegando ao fim, sim, está quase chegando, vai apertar o enter para liberar o texto, yes, baby, está quase lá, quase apertando o enter. Mas, neste momento, seu editor, ao longe, grita: “Porra, Duda, esquece que a matéria não vai entrar mais. Pintou um anúncio bom de última hora”.