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Imunodeficiência primária em crianças pode estar relacionada a casos graves de Covid-19

Estima-se que 10% dos pacientes que apresentam infecção de repetição crônica na infância, podem ter algum tipo de imunodeficiência.

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Rio de Janeiro 14/10/2020 – Os casos de crianças que acabam falecendo em função da Covid, podem estar relacionados a determinados casos de imunodeficiência primárias.

Apesar de a Covid-19 ainda ser uma doença nova e que ainda traz muitas dúvidas aos cientistas e médicos, já existe a constatação de que normalmente crianças são os pacientes que menos evoluem para quadros graves em caso de infecção. Porém, alguns raros casos ocorrem e alguns pacientes com menos de dez anos intrigam os médicos por desenvolverem complicações e chegarem até mesmo a óbito. Uma das razões que mais levanta suspeita para esses casos é uma doença chamada imunodeficiência primária, algo que nasce com a pessoa e costuma se manifestar principalmente na primeira década de vida. A identificação da doença costuma acontecer quando a criança adoece com recorrência, por exemplo, constantes crises de otite, garganta ou pneumonia em um curto intervalo de tempo. Para chegar a um diagnóstico de que pode realmente ser imunodeficiência primária é preciso descartar outras doenças respiratórias que podem estar sendo causadas por alergias ou fatores externos como controle de ambiente, além de uma investigação criteriosa através de exames clínicos e acompanhamento médico.

Outros fatores podem influenciar na suspeita de que a criança pode sofrer de imunodeficiência primária, tais como: estomatites de repetição que causem feridas na boca, abscessos de repetição na pele, diarreia crônica persistente e histórico familiar de imunodeficiência. O que deve gerar um alerta nos pais e médicos, principalmente durante a epidemia de Coronavírus que para alguns cientistas é apontada como uma doença sistêmica, ou seja, que pode afetar múltiplos órgãos e levar a graves complicações em alguns deles. O médico, Dr. Marcello Bossois, indica que crianças que possuem histórico familiar, por exemplo, seja feito um acompanhamento investigativo prévio ao surgimento de sintomas e talvez a possibilidade de ser feita uma pesquisa genética no paciente. Sobre a Covid-19 ele ainda destaca: “Os casos de crianças que acabam falecendo em função da Covid, podem estar relacionados a determinados casos de imunodeficiência primárias. Não são todas as ocorrências que levam a uma maior suscetibilidade. Mas outras imunodeficiências primárias, principalmente as celulares, podem levar a uma maior suscetibilidade de um agravamento do quadro em caso de infecção pelo Coronavírus.” Em função da epidemia, aumentou o número de pais que buscam orientação do médico em relação à possibilidade de imunodeficiência primária. Através do canal no YouTube do Brasil Sem Alergia, projeto que coordena, ele fala sobre o assunto em uma lista de reprodução de vídeos criada especialmente sobre o assunto.

O tratamento dos pacientes que recebem a confirmação através do diagnóstico da doença, depende sempre do tipo de doença diagnosticada, mas a prevenção é uma forte aliada no combate ao agravamento desses casos. Se já era um fator bastante importante antes da epidemia, agora se faz ainda mais necessário em função da epidemia. A doença no Brasil teve uma queda nas últimas semanas, mas fatores como o não retorno às aulas presenciais pode estar ajudando a frear a disseminação entre crianças e adultos. Portanto, médicos alertam para a importância do acompanhamento médico em caso de suspeita de imunodeficiência primária nas crianças e principalmente se houver suspeita de contaminação pela Covid-19, pois quanto antes for o diagnóstico da possibilidade de uma das doenças, menor é a chance de complicações e chances de morte nessa fase inicial da vida.

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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