Título com 46 anos de história, o Jornal de Brasília tem novo editor-chefe. O escolhido para ocupar o posto de liderança é Rudolfo Lago. Ele chega à publicação para ser o número 1 da redação no lugar de Eduardo Brito, que assinava como editor-executivo e resolveu deixar o diário após retornar de férias. Durante o período de descanso, Brito foi substituído de forma interina por Lago. A movimentação foi oficializada pela direção do veículo nesta semana.
O acerto com o Jornal de Brasília marca o retorno de Rudolfo Lago a um posto de comando na imprensa do país. Até abril deste ano, ele era o diretor responsável pela sucursal da IstoÉ na capital federal. Com o fim do escritório e passaralho promovido pela Editora Três, o jornalista chegou a colaborar com o site Os Divergentes. No projeto online que reúne análises de experientes profissionais na cobertura política, ele abordou, na última semana, a questão da “balbúrdia nas estradas”.
Além da passagem pela IstoÉ, Rudolfo Lago leva para o Jornal de Brasília outras experiências enquanto comunicador-gestor. Com mais de 30 anos de carreira na imprensa, sobretudo na cobertura dos bastidores do poder, ele já ocupou o posto de editor-chefe nos sites Congresso em Foco e Fato Online. Entre outros trabalhos, foi repórter de O Globo, do Correio Braziliense e da revista Voto. No âmbito de comunicação corporativa, passou por equipes de comunicação de órgãos públicos e autarquias.
Rudolfo Lago assume como editor-chefe do Jornal de Brasília no momento em que os responsáveis pela empresa de mídia finalizam programa de demissão voluntária. De acordo com informações apuradas pelo Portal Comunique-se, o processo começou há quatro meses e culminou em diversas saídas (como a do antigo editor executivo Eduardo Brito). O procedimento enxugou a redação, mas fez com que a marca conseguisse sanear as contas e quitar dívidas.
Diante da situação, Rudolfo Lago tem em mente que será preciso liderar processo de renovação do Jornal de Brasília. Para isso, conta com a ajuda dos outros nove integrantes da redação do impresso — sendo que o online trabalha de forma distinta. Ele tem o apoio direto de três editores: Greice Perpetuo (cultura), Ricardo Nobre (economia e Brasil) e Vanessa Lippelt (cidades). Além deles, a estrutura atual tem quatro repórteres e dois estagiários de jornalismo. A ideia, porém, é ampliar a equipe ao decorrer dos próximos meses.
Tendo em mente que, ao menos por enquanto, está à frente de uma equipe enxuta, Rudolfo Lago não quer transformar tudo em pauta para o Jornal de Brasília. Quer, aliás, deixar um tanto quanto de lado questões relacionadas ao que ocorre aos arredores da Praça dos Três Poderes. Os assuntos que interessam a publicação neste momento são relacionados ao que ocorre na região e ao que afeta o dia a dia dos mais de 3 milhões de habitantes do Distrito Federal. “Queremos transformar o Jornal de Brasília no jornal para quem é de Brasília”, afirma o novo editor-chefe da publicação em contato com a reportagem do Portal Comunique-se. “A ideia é tornar o jornal identificado com a cidade”, complementa.
Para aumentar a identificação do Jornal de Brasília com o seu público-alvo, os habitantes da capital federal e de suas cidades-satélites, Rudolfo Lago sabe que precisa apresentar conteúdos exclusivos. Nesse sentido, o site do título publicou na última semana fotos do enterro de Rhuan, menino de nove anos que foi assassinado pela mãe, Rosana Auri da Silva Candido, e a companheira dela, Kacyla Priscyla Santiago Damasceno. As duas, que já estão presas, esfaquearam e esquartejaram o garoto. O editor-chefe também sabe que deve produzir e publicar boas histórias para conquistar relevância. Sobre isso, avisa: “não vamos nos descuidar. Vamos trabalhar para ter materiais relevantes”. Palavras de quem promete transformar o Jornal de Brasília no… jornal para quem é de Brasília.
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