Repórter fotográfica do Zero Hora, a jornalista Isadora Neumann foi vítima de violência enquanto cobria o protesto no Santander Cultural no centro de Porto Alegre. Recentemente, o espaço cancelou a exposição Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, o que gerou crítica. Durante o ato realizado no início da noite de terça-feira, 12, um policial simplesmente jogou spray de pimenta na profissional da imprensa. Na ocasião, ela estava registrando a abordagem dos policiais com os manifestantes. Outros jornalistas que também estavam filmando a confusão acabaram gravando o momento em que ela foi atacada.
De acordo com a reportagem do Zero Hora, Isadora foi agredida no fim da manifestação. O protesto reuniu pessoas contra a decisão do Santander em suspender a exposição, que foi acusada pelo Movimento Brasil Livre (MBL) de fazer apologia da zoofilia e da pedofilia, além de blasfemar contra símbolos religiosos. Além da repórter ferida, o evento teve duas pessoas detidas.
A situação foi tema de posicionamento da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Federação Nacional das Empresas de Rádio e Televisão (Fenaert), Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul (Sindjors) e Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), que manifestaram solidariedade à jornalista.
A ANJ afirmou que a agressão é um “flagrante desrespeito à atividade jornalística”. “Infelizmente, os policiais têm demonstrado total falta de preparo, colocando em risco a integridade física dos jornalistas e prejudicando seu dever de levar informação aos cidadãos. A ANJ espera que as autoridades apurem os fatos e punam o agressor”, diz a entidade.
A Fenaert defendeu o direito de informar. “Atacar o profissional de imprensa, no seu pleno exercício da profissão, é ferir a Constituição, a democracia e o direito da sociedade em conhecer os fatos e acontecimentos de seu ambiente”, disse o presidente da federação, Guliver Leão, em nota.
NOTA À IMPRENSA (ANJ)
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) condena a agressão sofrida pela repórter fotográfica Isadora Neumann, do jornal Zero Hora, quando fazia cobertura de protesto, na noite de terça-feira (12), contra o fechamento da exposição Queermuseu: Cartografia da Diferença na Arte Brasileira, em Porto Alegre. Integrante da Brigada Militar disparou spray de pimenta contra a fotógrafa, em flagrante desrespeito à atividade jornalística.
É preciso que os agentes de estado estejam preparados para atuar em situações como essas, de protesto popular, sem agredir os profissionais de imprensa. Infelizmente, os policiais têm demonstrado total falta de preparo, colocando em risco a integridade física dos jornalistas e prejudicando seu dever de levar informação aos cidadãos. A ANJ espera que as autoridades apurem os fatos e punam o agressor.
Brasília, 13 de setembro de 2017.
Associação Nacional de Jornais (ANJ)
Federação Nacional das Empresas de Rádio e Televisão repudia agressão sofrida por jornalista de Zero Hora
A FENAERT – Federação Nacional das Empresas de Rádio e Televisão vem a público manifestar seu repúdio à agressão sofrida pela repórter fotográfica do jornal Zero Hora, Isadora Neumann. A jornalista foi atingida com spray de pimenta enquanto registrava o protesto contra o fechamento de uma exposição de arte no início da noite desta terça-feira (12), em frente ao Santander Cultural, no centro de Porto Alegre.
Isadora fazia imagens da confusão entre manifestantes e Brigada Militar, quando um PM atirou o produto no rosto da jornalista. A liberdade de expressão, protegida pela Constituição, carrega a responsabilidade de respeitar a dignidade da pessoa humana, a honra e a imagem do indivíduo. Sendo o direito de informar um dos pilares da liberdade de informação.
Atacar o profissional de imprensa, no seu pleno exercício da profissão, é ferir a Constituição, a democracia e o direito da sociedade em conhecer os fatos e acontecimentos de seu ambiente.
Guliver Leão
Presidente da Federação Nacional das Empresa de Rádio e Televisão – FENAERT
SINDICATO REPUDIA NOVA AÇÃO TRUCULENTA DA BRIGADA MILITAR CONTRA A IMPRENSA
Numa época de desrespeito à diversidade e radicalismo crescente, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS (SINDJORS) lamenta profundamente que, além do cenário difícil que já vivemos, sua categoria seja, mais uma vez, um dos alvos da violência desmedida da Brigada Militar.
No fim da tarde dessa terça-feira, dia 12, durante manifestação contra a censura à exposição “Queermuseu”, encerrada precocemente pelo Santander Cultural após sofrer ataques, a jornalista de Zero Hora Isadora Neumann foi atingida por gás de spray de pimenta enquanto registrava a ação da polícia, que interveio e, inclusive, prendeu duas pessoas, uma delas Douglas Freitas, que fazia imagens do protesto e foi liberado no mesmo dia.
Esta ação truculenta soma-se a outra recente, a prisão do jornalista do Jornal Já Matheus Chaparini, que foi levado até mesmo ao Presídio Central por estar exercendo o seu trabalho. Tudo isso com consentimento do governador José Ivo Sartori, que em nenhum momento se retratou pelo comportamento injustificável de sua tropa. O Sindicato espera que o Estado não se cale mais uma vez, prosseguindo sua política permissiva a atos que remontam à época ditatorial.
Avizinha-se um futuro com feições cada vez mais assustadoras e o SINDJORS teme não apenas pelos seus profissionais, mas pela sociedade de modo geral. Causa espanto qualquer apoio dado a ações policiais que ferem gravemente a liberdade de imprensa. É preciso olhar para o passado e não repetir os mesmos erros. Não há democracia sem imprensa livre.
NOTA DE REPÚDIO (ABERT)
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) repudia a agressão sofrida pela repórter fotográfica Isadora Neumann, do Jornal Zero Hora, durante cobertura de uma manifestação no centro de Porto Alegre (RS), na noite desta terça-feira (12).
A jornalista registrava imagens do protesto contra o fechamento da exposição “Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira”, quando, no confronto entre manifestantes e Brigada Militar, foi atingida no rosto por gás de pimenta, disparado por um policial militar.
Qualquer tentativa de impedir que profissionais da imprensa exerçam seu trabalho viola o direito constitucional da sociedade de acesso à informação de interesse público.
A ABERT condena a ação policial e pede a apuração dos fatos e punição do responsável, além de uma melhor preparação dos agentes públicos no trato com profissionais da comunicação.
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