Tornar-se um jornalista empreendedor já é, para muitos, um grande desafio. E, para quem está se lançando agora no mercado, uma primeira dificuldade de cara vem à tona: a conquista do primeiro cliente.
Este é um assunto sempre comentado nos meus cursos de marketing digital, redes sociais e SEO para jornalistas. Como driblar esse problema de ainda não ter cases ou uma lista de empresas atendidas para apresentar aos potenciais clientes? Afinal, muitos profissionais de comunicação estão imergindo agora no empreendedorismo, vindos de redação, empresas ou agências nas quais eram empregados.
Uma solução bastante prática para lidar com isso é contar com a ajuda de amigos e familiares. Sim, parece óbvio, mas esta é uma ideia que poucos colocam em prática. Aposto que você, jornalista empreendedor, conhece várias pessoas que possuem um negócio, inclusive de pequeno porte – perfil bastante interessante para este seu início. E tenho certeza que muitos deles ainda não contam com um apoio profissional para gerenciar redes sociais ou produzir conteúdos para o site ou blog.
É sensacional essa pessoa próxima precisar de ajuda e você, de certa forma, também. Veja que grande oportunidade para ambos! Provavelmente esse amigo ou parente não terá uma verba muito alta para pagar para sua prestação de serviço. E cá entre nós: tudo bem! Neste momento, sua prioridade não deve ser a financeira. Foque na oportunidade de colocar seu conhecimento em prática (espero que você tenha se capacitado para isso), tocar um primeiro projeto e se ocupar, se sentir útil, produtivo. É um início. Ou reinício, para alguns.
Apesar do laço de amizade ou familiar (ou melhor, principalmente por isso!), recomendo fortemente que vocês coloquem o acordo num papel. Sim, faça um contrato e parta de você esta iniciativa. E tente também fechar um valor, ainda que simbólico, pela prestação do serviço. Isso soará profissional – como sempre deve ser – e ambos encararão a situação como algo sério, e não uma brincadeira ou com caráter amador. Defina também um período curto (máximo 6 meses) para essas condições. Já deixem alinhados que, ao final do prazo, vocês analisarão tudo que foi feito, o serviço, os resultados e poderão fazer um novo acordo. Acredite: isso é MUITO importante e evitará desavenças futuras.
Com um ou mais clientes-amigos-parentes, sua autoconfiança aumentará na hora de apresentar seus serviços e negociar com um cliente de fora do seu círculo. Obviamente, você ganhará pontos ao chegar numa reunião falando sobre o que você já vem fazendo, as empresas atendidas e os resultados já conquistados. Até seu poder de negociação será outro.
Mas também não é primordial seguir por este caminho. Eu mesmo, quando criei a RZT Comunicação, em 2006, não segui esta estratégia. Meu primeiro cliente, fechado no dia seguinte à fundação da agência, foi um sindicato. E o que pesou ali, no encontro diante da presidente da entidade, foram minhas experiências em redação.
Já o segundo cliente eu conquistei por outro motivo, que pode ser resumido nesta frase do empresário durante a reunião: “Almir, nós vamos fechar o contrato porque eu estou vendo, nos seus olhos, uma vontade enorme de nos ajudar”. E era isso mesmo. Eu estava louco para fazer minha empresa dar certo, para ajudar o mercado com meu conhecimento e profissionalismo.
Além disso, é importante ressaltar que a maioria, quando começou seu negócio, vivenciou essa situação. Talvez até mesmo o empresário dono da empresa para a qual você deseja prestar serviços. E ele pode se identificar com a sua situação, criando uma empatia que será o mais importante naquele momento.
Então, colega jornalista empreendedor, nem sempre um portfólio é necessário para decolar. Se você se prender a isso, não sairá do lugar. Encare, mostre seus diferenciais e deixe claro o quanto você quer ajudar – e não apenas receber um valor mensal.
Conte comigo nesta caminhada (que pode ser sensacional) e boa sorte!
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