Nesta semana, o estúdio Reserva, em Niterói (RJ), passou a ser a casa do jornalista Cesar Mocarzel. Não se trata de acompanhar o trabalho de um artista para reportagem ou parte de pesquisa para produção de biografia. O profissional da imprensa, que por cinco anos foi produtor e repórter da Rádio Globo, está gravando o seu mais novo trabalho no cenário musical. O objetivo principal é apresentar ao público “as canções que falam sobre tudo o que faz o coração pulsar”.
Este será o segundo álbum de Cesar Mocarzel. O primeiro CD, gravado de forma independente em 2010, foi intitulado “Amigo é pra essas coisas”. Diferentemente do trabalho artístico anterior, o novo trará somente canções de autoria do próprio jornalista e o resultado final das gravações será apresentado de forma exclusiva nas plataformas digitais, casos de Spotify e Deezer. Em comum, os dois têm foco no estilo MPB e só foram tirados do papel graças ao apoio de profissionais inseridos nos círculos de amizade do comunicador-cantor-compositor.
“Apesar do meu primeiro CD ter ‘amigo’ no nome, esse também é fruto da parceria entre verdadeiros amigos”, conta Cesar Mocarzel à reportagem do Portal Comunique-se. Dessa forma, o projeto conta com direção musical e arranjos de Fernando Brandão. Felipe Tauil assina como diretor executivo. Os dois colaboram, ainda, com violão e percussão, respectivamente. O time do álbum intitulado “As canções que fiz pra você” se completa com outros quatro músicos: Cristiano Alves (clarineta), Whatson Cardozo (clarineta), Maico Lopes (trompete), Alexandre Romanazzi (flauta). Além da paixão pela música, o que eles têm em comum? “São todos amigos de infância”, exalta o idealizador do projeto.
Os amigos músicos não apareceram na vida de Cesar Mocarzel por mera coincidência. Antes de ingressar na faculdade de 2003, o então jovem niteroiense se dedicava à música. Começou a tocar clarineta e, aos nove anos, entrou para a Banda Sinfônica do Colégio Salesiano Santa Rosa, na própria cidade de Niterói. Mais tarde, já na adolescência, passou a estudar saxofone. Resultado: marcou presença em concertos e bailes na Região Metropolitana do Rio de Janeiro por 13 anos. Foi aí que a música perdeu espaço para o jornalismo.
Além da música erudita e da MPB, Cesar Mocarzel tinha outra paixão. E ela atendia pelo nome de Rádio Globo. Paixão que o motivou a partir para a faculdade de jornalismo e, consequentemente ao ter o sentimento retribuído, trabalhar na emissora mantida pelo Grupo Globo de 2007 a 2012. Tempo em que, mesmo com a gravação de seu primeiro álbum (feito durante férias da rádio), as atividades na imprensa o manteve afastado da clarineta e do saxofone. O violão aparecia nos raros momentos de descanso e como pura diversão.
Depois de deixar a Rádio Globo, encarar desafios na comunicação corporativa e superar momentos difícies no âmbito pessoal, o jornalista reencontrou na música o seu ponto de equilíbrio. Inspirado por sua misterioria musa secreta, passou a compor. Focou nas letras e, desde o início, contou com apoio de Fernando Brandão, responsável pela maior parte das melodias a serem gravadas ao longo das próximas semanas. Mais do que ficar de bem consigo mesmo, Mocarzel percebeu que, com suas expertises, tem tudo para conseguir sucesso flutuando entre os mundos da música e do jornalismo.
“Eu me distanciei muito da música por causa do jornalismo”, comenta, indicando que errou ao tomar essa decisão há mais de uma década. “Agora, percebi que a minha relação com o cenário musical pode ser o meu diferencial para seguir no jornalismo”, prossegue o profissional. “Tenho muitos contatos e amigos no meio. Isso me pode ajudar em projetos voltados à imprensa cultural”. Pode tanto que, além de se dedicar à gravação de seu mais novo álbum, Cesar Mocarzel tem outro projeto para conduzir. Ele terá a missão de escrever a biografia de Ruy Faria, fundador do grupo MPB4 que morreu no mês passado.
Cesar Mocarzel está no estúdio para fazer pulsar o coração dos apreciadores da boa música popular brasileira. Esse trabalho só se tornou possível porque o jornalista colocou no ar campanha de financiamento coletivo para captar recursos. Com extensa descrição no Catarse e página ativada no Facebook, o objetivo inicial era arrecadar R$ 12 mil. Meta que foi superada em menos de um mês. Com a campanha ainda ativa, o trabalho final poderá contar com uma faixa bônus – além das seis canções previstas desde o início.
A prometida faixa bônus contará com a participação de ninguém menos que Roberto Menescal. Para isso, o comunicador-compositor adianta que é preciso alcançar mais 30% da meta prevista inicialmente. O premiado músico e fundador do movimento Bossa Nova é amigo de Cesar Mocarzel e, conforme relata o jornalista, já topou fazer parte do projeto. “Só preciso bater a barreira dos R$ 15.600, por questões de custos para a gravação dessa música extra, para fazer uma música minha ter a colaboração do ‘Menesca'”, comenta o profissional que não tem mais dúvidas: quer fazer o coração do público pulsar, seja na música, seja no jornalismo.
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