Jornalistas afirmam que, além de informar, a imprensa tem o papel social de criar uma rede de proteção às mulheres
Profissionais da comunicação destacaram na última terça-feira, 1º de outubro, a importância da imprensa no combate à violência doméstica no país. O tema foi discutido em audiência pública da comissão externa da Câmara dos Deputados que analisa casos desse tipo de violência.
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Diretora do Metrópoles, Lilian Tahan ressaltou que o portal de notícias faz levantamentos periódicos sobre o assunto e possui uma editoria em que as histórias das vítimas são contadas. Ela argumentou que, além de informar, a imprensa tem o papel social de criar uma rede de proteção às mulheres. “Nosso objetivo é martelar ali um problema social que a gente sabe que é muito grande e afeta a vida de inúmeras famílias”.
A deputada Flávia Arruda (PL-DF), que propôs o debate, afirmou que a cultura machista é muito arraigada na sociedade e, para combater essa prática, a imprensa tem uma missão fundamental. “Tenho certeza de que, juntos, vamos vencer essa batalha”.
Feminicídio
Jornalista da Agência Patrícia Galvão, parte da organização feminista de mesmo nome, Luciana Araújo disse que os veículos têm dado um foco equivocado na cobertura do tema. Segundo levantamento feito por ela entre 2015 e 2016, de um universo de quase 3 mil reportagens sobre violência contra a mulher, somente 200 trataram essas ações como feminicídio.
“Cada vez mais pessoas na sociedade conseguem perceber a importância de dar nome a um crime por ser mulher, para que a gente possa ter, de fato, políticas públicas capazes de reverter esse cenário”, comentou. “De 2011 a 2015, saltamos do sétimo para o quinto país que mais mata mulheres”.
Repórter da Record TV, Renata Varandas lamentou a atuação de emissoras de televisão na cobertura do caso Eloá, em 2008. O episódio culminou com a morte da garota de 15 anos, que ficou refém do ex-namorado por quase 100 horas, período em que houve transmissão ao vivo por vários canais.
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Reportagem: Karla Alessandra
Edição: Marcelo Oliveira