A imprensa também foi vítima da falta de segurança que assola o Espírito Santo desde o início da greve dos policiais militares, na sexta-feira, 4. Afiliada da Rede Globo no estado, a sede Rede Gazeta – localizada na Ilha de Monte Belo, em Vitória – foi alvo de tiros durante a madrugada desta quinta-feira, 9. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
De acordo com a publicação, os disparos atingiram o auditório da emissora e quebraram as vidraças do local. Apesar do susto, ninguém se feriu. “Felizmente não houve vítimas e todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas. A empresa está sendo assessorada por especialistas em segurança visando garantir a integridade dos funcionários e o cumprimento da sua missão de informar a população”, disse a emissora em nota.
Além do ataque à empresa de comunicação, jornalistas tem sido alvo de ameaças por telefone e redes sociais. Agressões físicas contra comunicadores também foram registradas. Repórter da TV Capixaba, afiliada da Rede Bandeirantes no Espírito Santo, Raylline Haussmann informou que foi atacada verbal e fisicamente por manifestantes que estavam na frente do Batalhão de Missões Especiais (BME), em Vitória.
Segundo a repórter, a equipe da emissora recebeu a informação de que uma viatura iria sair do BME para atender uma urgência e, ao tentar registrar o fato, manifestantes tentaram impedir os profissionais de fazerem a cobertura com empurrões, puxando os jornalistas pelo braço, querendo evitar a gravação de todas as formas.
“Colocavam sombrinhas, roupas e também taparam com a mão. Nos intimidaram o tempo todo. Uma mulher chegou a me puxar pela cintura. Ainda fomos vítimas de agressão verbal. Nos chamaram de piranha, vagabunda e outras coisas. Me senti completamente desrespeitada, no exercício da minha profissão”, declarou Raylline.
Em nota divulgada à imprensa, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) declararam repudiar o ataque a Rede Gazeta, em Vitória.
“As associações registram ainda, com grande preocupação, as ameaças e agressões que os jornalistas do Espírito Santo têm recebido em função da cobertura dos recentes episódios no Estado. Ao mesmo tempo, alertam para a disseminação de notícias falsas pelas redes sociais, gerando desinformação e insegurança. Trata-se de mais uma demonstração da importância fundamental do jornalismo profissional para a sociedade”, acrescentaram as associações.