Ao longo de 2021, 89 jornalistas e meios de comunicação foram alvos de 119 ataques de gênero relacionados à profissão, o que representa quase 10 casos de agressões, ofensas, ameaças e intimidações por mês. Resultado do monitoramento da violência de gênero contra jornalistas, feito pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), os dados incluem ataques envolvendo identidade de gênero, sexualidade, orientação sexual, aparência e estereótipos sexistas, bem como episódios de agressão contra mulheres comunicadoras – cis ou trans – de forma geral.
Parte das informações obtidas a partir do monitoramento estão disponíveis na plataforma online do projeto. Nela, há estatísticas sobre as vítimas, agressores e tipos de violência cometidos contra profissionais da imprensa e veículos de comunicação com vieses feministas. O website foi atualizado, em janeiro deste ano, com números referentes a todo o ano de 2021. O monitoramento é patrocinado pela Unesco.
Entre as agressões mais comuns, destacam-se os discursos estigmatizantes, ataques verbais – que podem ou não conter imagens, vídeos e áudios – com o objetivo de difamar e desacreditar as vítimas. Em 2021, eles estiveram presentes em 79% dos casos e foram perpetrados na forma de campanhas sistemáticas de descredibilização e desrespeito às vítimas (60,6% dos casos de discursos estigmatizantes), discursos hostis de autoridades e figuras proeminentes no cenário político nacional (57,4% dos episódios) e campanhas de desinformação (4,3%).
Quanto aos principais agressores, eram internautas em 51,7% dos ataques gerais e utilizaram plataformas como o Twitter para perseguir, ofender e constranger comunicadores(as) no cotidiano de seu trabalho. Por isso, 71,4% dos episódios de agressão se originaram ou tiveram alguma repercussão na internet.
As autoridades de Estado, como vereadores, deputados, senadores e o próprio presidente da República, também estão entre os principais agressores. Essa categoria é responsável por 36,1% do total de casos registrados. Considerando o gênero de agressores individuais – que não são classificados como grupos ou instituições –, homens estão envolvidos em 91,3% dos ataques.
Em 53,3% dos episódios com violência explícita de gênero – marcados por insultos baseados em sexualidade, orientação sexual, aparência e identidade de gênero –, os homens foram promotores e instigadores das agressões.
Os dados completos do monitoramento Violência de gênero contra jornalistas, realizado pela Abraji com patrocínio da Unesco, são apresentados em relatório. O monitoramento é a extensão de um trabalho da Abraji focado em violações da liberdade de imprensa, feito em parceria com a rede Voces del Sur, e conta com o apoio de Instituto Patrícia Galvão, Mulheres Jornalistas, Fenaj, Gênero e Número, CPJ e Repórteres sem Fronteiras.
*Texto originalmente publicado no site da Abraji.
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