O Twitter deverá apagar uma publicação de Glenn Greenwald. Foi o que determinou a Justiça do Paraná, na última terça-feira, 15, após processo aberto por Sergio Moro. O caso é decorrente de uma publicação que chama o pré-candidato à presidência da República de corrupto e prevê multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento.
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Para o juiz responsável pelo caso, Austregésilo Trevisan, a publicação feita pelo jornalista teria o objetivo de prejudicar publicamente a imagem de Moro, já que ele não teria comprovação do adjetivo utilizado. A avaliação seria de “abuso do direito de manifestação/comunicação”, segundo matéria da IstoÉ Dinheiro.
“A publicação efetuada pelo réu atribui o adjetivo ‘corrupto’ ao autor, desprovido, ao que se sabe, de efetiva comprovação, ainda que mediante sentença judicial transitada em julgado, com aparente intenção de prejudicar publicamente a sua imagem, limitando-se em pura ofensa e desprovida de qualquer vontade de narrar fato”, considerou Trevisan.
A escolha de processo diretamente contra o Twitter foi criticada por Greenwald. Em nota, o fundador do The Intercept caracterizou a situação como “grave atentado à liberdade de imprensa” e afirmou: “Moro também é um covarde: ao invés de me processar e assim me permitir defender a declaração, ele preferiu apenas processar o Twitter. Se ele acredita que o que eu disse é difamatório, deve me processar e podemos litigar no tribunal se ele é corrupto”.
Veja, abaixo, a publicação levada à Justiça:
The corrupt Brazilian judge who imprisoned Lula in 2018 to prevent him from running for President, then went to work for Bolsonaro as Justice Minister (only to quit accusing Bolsonaro of corruption), is now running for President, accusing Bolsonaro and Lula of bring pro-Putin.🇧🇷 https://t.co/5yMEbToY4g
— Glenn Greenwald (@ggreenwald) February 28, 2022
“O corrupto juiz brasileiro que prendeu Lula em 2018 para impedi-lo de concorrer à [presidência da República], depois foi trabalhar para Bolsonaro como ministro da Justiça, agora está concorrendo à presidência, acusando Bolsonaro e Lula de [serem] pró-Putin”, escreveu o jornalista na publicação, em inglês.