Comunicação

Justiça manda deletar postagem em que Glenn Greenwald chama Sergio Moro de “corrupto”

O Twitter deverá apagar uma publicação de Glenn Greenwald. Foi o que determinou a Justiça do Paraná, na última terça-feira, 15, após processo aberto por Sergio Moro. O caso é decorrente de uma publicação que chama o pré-candidato à presidência da República de corrupto e prevê multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento.

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Para o juiz responsável pelo caso, Austregésilo Trevisan, a publicação feita pelo jornalista teria o objetivo de prejudicar publicamente a imagem de Moro, já que ele não teria comprovação do adjetivo utilizado. A avaliação seria de “abuso do direito de manifestação/comunicação”, segundo matéria da IstoÉ Dinheiro.

“A publicação efetuada pelo réu atribui o adjetivo ‘corrupto’ ao autor, desprovido, ao que se sabe, de efetiva comprovação, ainda que mediante sentença judicial transitada em julgado, com aparente intenção de prejudicar publicamente a sua imagem, limitando-se em pura ofensa e desprovida de qualquer vontade de narrar fato”, considerou Trevisan.

A escolha de processo diretamente contra o Twitter foi criticada por Greenwald. Em nota, o fundador do The Intercept caracterizou a situação como “grave atentado à liberdade de imprensa” e afirmou: “Moro também é um covarde: ao invés de me processar e assim me permitir defender a declaração, ele preferiu apenas processar o Twitter. Se ele acredita que o que eu disse é difamatório, deve me processar e podemos litigar no tribunal se ele é corrupto”.

Veja, abaixo, a publicação levada à Justiça:

“O corrupto juiz brasileiro que prendeu Lula em 2018 para impedi-lo de concorrer à [presidência da República], depois foi trabalhar para Bolsonaro como ministro da Justiça, agora está concorrendo à presidência, acusando Bolsonaro e Lula de [serem] pró-Putin”, escreveu o jornalista na publicação, em inglês.

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Julia Renó

Jornalista. Natural de São José dos Campos (SP), onde vive atualmente, após temporadas em Campo Grande (MS). Formada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (MS) e voluntária da ONG Fraternidade sem Fronteiras, integrou o time de jornalistas do Grupo Comunique-se de julho de 2020 a abril de 2022.

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