Justiça manda jornal reintegrar profissional demitido em 2017

Demitido em dezembro do jornal Hoje em Dia, Aloísio Morais deve ser reintegrado segundo decisão da juíza Liza Maria Cordeiro, da 47ª Vara da Justiça do Trabalho em Belo Horizonte

O Hoje em Dia deverá reintegrar o jornalista Aloísio Morais. Pelo menos é isso que diz a decisão da juíza Liza Maria Cordeiro, da 47ª Vara da Justiça do Trabalho em Belo Horizonte, que condenou o veículo de comunicação. As informações são do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais.

Segundo as informações da entidade, o jornalista tem direito a estabilidade até junho deste ano, conforme previsto na CLT. Além disso, ficou determinado que a empresa tem que pagar salários e benefícios que o jornalista deixou de receber no período em que ficou afastado.

O sindicato conta que essa não é a primeira vez que o jornal Hoje em Dia demite Aloísio Morais de maneira indevida. O comunicador, que faz parte do time desde o seu lançamento, há 30 anos, foi desligado em 2014 e também foi reintegrado, em 2016, depois de ganhar ação na Justiça. “As duas demissões configuram prática antissindical e perseguição ao jornalista, que sempre se destacou na defesa dos direitos dos jornalistas”, afirma a entidade.

Sobre a perseguição, Aloísio conta que colaborou com a justiça em processo trabalhista contra o jornal e que esse teria sido o motivo da retaliação. Veja, abaixo, a íntegra do relato do profissional:

“Condenado a pagar a dezenas de jornalistas demitidos, a direção do Hoje em Dia vinha usando vários artifícios para driblar a Justiça a fim de dar o cano no pessoal. Diante disso, a Justiça do Trabalho decidiu nomear uma interventora para acompanhar diariamente, dentro do jornal, toda entrada e saída de dinheiro no Hoje em Dia. A saída encontrada pelo Ruy Muniz e sua turma, então, foi começar a pagar os profissionais do jornal por meio da Fundação Santa Úrsula, uma faculdade que o grupo do ex-prefeito de Montes Claros possui no Rio de janeiro. Comuniquei isso ao advogado do Sindicato, Luciano Marcos, e uma cópia do meu extrato bancário foi anexada ao processo de um grupo de 28 jornalistas que estão na Justiça contra o HD. Logicamente, o meu nome foi excluído do extrato bancário, mas lá permaneceu o valor do salário recebido. E, assim, logo que um advogado do jornal constatou que o extrato tinha partido de mim, fui demitido sumariamente no dia 15 de dezembro, uma sexta-feira, mesmo tendo estabilidade, que segue até 14 de junho próximo. Isso foi ótimo para todos os que estão na Justiça contra o jornal. Afinal, foi a partir daí que um juiz decidiu estender a dívida com os jornalistas a todas as cerca de 20 empresas do Ruy Muniz. Foi assim que foram bloqueados R$ 2,1 milhões do Fies que acabaram depositados como pagamento de parte da dívida da empresa com 28 jornalistas. Que venham novos bloqueios!”

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