Um grupo de escritores e intelectuais líbios denunciaram na segunda-feira, 23, que as autoridades do país apreenderam dezenas de livros considerados “eróticos” ou contra o Islã, na cidade de Al Marj, no leste da Líbia. As informações são da Agência Ansa.
Entre as obras confiscadas, em árabe e importados do Egito, estão títulos do brasileiro Paulo Coelho, do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, do romancista norte-americano Dan Brown e do egípcio Naguib Mahfuz, prêmio Nobel de Literatura.
Durante o fim de semana, circularam vídeos com dezenas de livros sendo colocados em um caminhão. Autoridades religiosas e de segurança alegaram que os volumes também promovem a difusão do xiismo, cristianismo e bruxaria, e denunciaram uma “invasão cultural” no país.
Após o acontecido, os escritores, entre eles Azza Maghur, Idriss Al Tayeb e Radhuan Bushwisha, denunciaram a apreensão de livros e afirmaram que a atitude é “uma tentativa de amordaçar as vozes e confiscar a liberdade de opinião e de pensamento”.
Em sua conta no Twitter, Paulo Coelho afirmou ter entrado em contato com a embaixada do Brasil na Líbia. “Não há muito que eles possam fazer, mas não posso ficar sentado vendo meus livros serem queimados”, escreveu.
Contacting the Brazilian embassy. There's little they can do but I can't just sit and watch my books being burned https://t.co/7s6FnWwMlz
— Paulo Coelho (@paulocoelho) January 23, 2017