A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica define a lipoaspiração como um procedimento que pode ser empregado para tratar o acúmulo de gordura em várias regiões do corpo, tais como coxas, braços, pescoço, cintura, costas, peito, entre outras. Para a instituição, a cirurgia pode ser realizada em pessoas que contam com acúmulos de gordura localizados no corpo e não atingem os resultados esperados por meio de dietas e/ou prática de exercícios físicos.
Em pesquisa realizada pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, na sigla em inglês), constatou-se que em 2020 o Brasil registrou o total de 173.420 procedimentos de lipoaspiração, estabelecendo a cirurgia como a mais comum no país à época. Tratando-se de mundo, o estudo revelou o número de 1.525.197 cirurgias dessa natureza, posicionando o país sul-americano como o segundo que mais praticou o procedimento no planeta.
Recentemente, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Regional de São Paulo (SBCP-SP) divulgou em seu site a informação de que se estima para 2023 ao menos 2 milhões de cirurgias plásticas realizadas em território nacional. Como as mais requisitadas estão, de acordo com a instituição, lipoaspiração e próteses mamárias, respectivamente.
Além de popular, o procedimento estético também é diversificado. Atualmente, a lipoaspiração conta com diferentes nomenclaturas e técnicas, sendo uma delas a de alta definição, apresentada pela Revista Brasileira de Cirurgia Plástica como a que promove marcação intensa na região do abdome.
Lipoaspiração de alta definição
Daniel Soares, cirurgião plástico, em Belém, no Pará, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e da American Society of Plastic Surgeons (Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos), destaca que as técnicas mais modernas de lipoaspiração são as de média e alta definição. Segundo o cirurgião, as indicações podem ser diferentes conforme o paciente, a depender do que for mais adequado e recomendado para cada caso.
“A lipoaspiração de média e alta definição proporcionam resultados de contorno corporal diferenciados. Nestes procedimentos, o cirurgião esculpe o abdome conforme a parede abdominal desejada e, para tanto, utiliza a técnica de lipoaspiração superficial para criar os sulcos. Na lipo de média definição esses sulcos são mais suaves”, explica o cirurgião.
Daniel também esclarece que, na lipoaspiração de alta definição, além dos sulcos serem mais marcados, o cirurgião também utiliza a técnica de lipoenxertia guiada por ultrassom para definição de “gomos abdominais” (six packs, seis pacotes, em tradução livre e linguagem popular). “Os sulcos se referem às marcações de um abdome definido, que são aquelas linhas centrais e laterais visíveis. Na lipoenxertia, o cirurgião plástico coloca a gordura, do próprio paciente, dentro do músculo para dar forma ao ‘gomo’”, explica.
Perfil indicado e pós-operatório
O cirurgião plástico Daniel Soares ressalta que para esse tipo de procedimento obter efeito satisfatório, é necessário um empenho do paciente para a manutenção constante do resultado, uma vez que, caso haja aumento excessivo do peso, pode ocorrer alterações, com mudanças desfavoráveis do contorno e da parede abdominal.
O especialista reforça que tal procedimento é recomendado para pacientes que apresentam pouca flacidez na região do abdome, boa condição física e um índice de massa corporal máximo de 25-27, pois há limites para retirada de gordura corporal, sendo, no máximo, 7% do peso corporal.
“Independentemente da técnica utilizada, esses procedimentos não são cirurgias com objetivo de emagrecimento, elas visam uma melhor harmonia do contorno corporal com tratamento da gordura localizada”, e reitera, “é indispensável a indicação de um cirurgião plástico devidamente certificado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica”.