Livrorreportagem aborda o maior desastre ambiental do país

“O poder público falhou na fiscalização”, analisa a jornalista. Ao ser entrevistada por Roseann Kennedy, Cristina Serra fala de seu livro sobre a tragédia ocorrida em Mariana

O rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), completou três anos na segunda-feira, 5, e o drama vivido pelas famílias atingidas pela lama está longe de ter um fim. Para relembrar um dos acidentes mais dramáticos do país, a jornalista Cristina Serra lança o livro Tragédia em Mariana: A história do maior desastre ambiental do Brasil. E, com o lançamento da obra, ela conclui. “A maior lama da tragédia de Mariana é uma certa leniência do poder público”.

A partir da investigação de documentos e condutas adotadas no caso, a obra amplia a discussão e abre espaço para a questão humana, para a memória dos que morreram, para a dor dos que restaram e para os sonhos de um novo recomeço.

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Repostas dadas

“Eu acho que com esse livro a gente trouxe algumas respostas, mas eu não diria que eu esgotei todo o assunto”, revela Cristina Serra no ‘Conversa com Roseann Kennedy’.

A jornalista fez a cobertura do desastre pelo ‘Fantástico’, da TV Globo, e desde então dedicou-se à produção do livrorreportagem. Ela diz não haver dúvidas de que o poder público falhou na fiscalização. “Claro que a empresa falhou também nas medidas de segurança e de alerta que ela deveria ter tomado. Mas e o poder público que não estava atento a isso? Então é uma conjugação de fatores”, avalia.

Jornalista Cristina Serra conversa com Roseann Kennedy (Imagem: Divulgação/TV Brasil)

Para Cristina, a tragédia de Mariana serve de alerta para outras que devem ser evitadas. Ela lembra que todo cidadão tem direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado e saudável. “Por que a gente não consegue isso? Por que a gente não consegue cumprir isso que está na Constituição e também conciliar isso com o desenvolvimento econômico?”, questiona.

Mudança na carreira

O livro mudou o rumo da carreira de Cristina Serra, que é natural do Pará, e agora vai mergulhar nas pautas ambientais. Com larga experiência em coberturas políticas em Brasília, ela sinaliza a nova fase em sua vida. “Fazer cobertura de Amazônia é uma coisa muito cara no Brasil, os deslocamentos lá são distâncias enormes por meio de rio e tudo mais. Mas a gente vai começando, um passo de cada vez e a gente chega lá. Mas é o que tá no meu horizonte. Eu quero cada vez mais isso”.

Com mais de 30 anos de jornalismo, 26 deles na Rede Globo, Cristina Serra também já foi correspondente em Nova Iorque e, recentemente, ajudou a fundar o canal digital My News. “O jornalismo é feito muito mais de perguntas do que de respostas”, ensina.

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