#EspecialDiaDasMães
Desde sempre tive como certo que seria jornalista. Quando criança, minha diversão era a tevê, onde dividia o tempo entre os desenhos, Chaves, Chapolin e… os telejornais. Aliás, segundo minha mãe, dona Regina, do carrinho de bebê eu prestava muita atenção às notícias apresentadas pela Leda Nagle, à época no Jornal Hoje da TV Globo. E foi justamente minha mãe a primeira pessoa que realmente percebeu que eu tinha a inclinação para a comunicação e para o jornalismo. O tempo foi passando e uma atitude tomada por ela foi a definitiva para que eu escolhesse essa profissão.
O ano era 2003 e eu tinha de 16 para 17 anos. Uma feira agropecuária da minha cidade, Araraquara, no interior de São Paulo, receberia a visita do recém-eleito presidente Lula para receber uma doação de uma indústria de suco de laranja para o projeto ‘Fome Zero’. E eu, com toda minha experiência de mundo, coloquei na cabeça que queria participar desse evento e entrevistar o presidente. O resultado? Um fracasso retumbante, afinal era necessário o credenciamento e o momento da entrega do cheque seria restrita aos empresários, ao pessoal do governo federal e aos profissionais de imprensa credenciados.
Aí entra dona Regina: a melhor produtora que qualquer veículo de comunicação poderia ter. Ela conseguiu o telefone da assessora responsável pela visita, entrou em contato, contou meu desejo e só desligou quando conseguiu convencê-la de que seria importante para meu futuro participar desse momento.
Eu fui, com uma câmera VHS e um microfone emprestados, fiz as imagens e ainda consegui perguntar se o presidente havia gostado do suco de Araraquara. O material que produzi, em meio aos grandes nomes do jornalismo nacional, ainda foi exibido na tevê local, onde ‘estreei’ como videorrepórter, pois eles não haviam conseguido credenciamento.
Minha mãe deu o empurrão inicial para eu me encantar com o jornalismo e, desde então, colabora com importantes opiniões e conselhos por todos os locais em que já passei nesses quase 14 anos de profissão. Ela enxergou o que poderia me tornar até mesmo quando eu não enxergava. Mesmo não sendo da área, sempre será a melhor mãe e editora que poderia ter.
Fernando Martins. Repórter da Rádio Jovem Pan de São Paulo.
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