O Jornal do Commercio, dos Diários Associados, encerra nesta sexta-feira, 29, sua história de quase 189 anos de circulação ininterrupta, tendo o posto de mais antigo da América Latina. A empresa deixa de produzir também a versão online do veículo, assim como não levará mais às bancas o impresso Diário Mercantil.
Com o encerramento das publicações, cerca de 24 profissionais da redação serão dispensados, de um total de aproximadamente 300 funcionários que atuam no grupo, entre as áreas comercial, recursos humanos e tecnologia. Ainda não se sabe se a empresa manterá o parque gráfico, sediado em São Cristóvão, para produzir conteúdo de terceiros.
A Rádio Tupi, do mesmo grupo, permanecerá em atividade até segunda ordem, ao contrário da ‘Nativa Fm’, desmontada em dezembro passado. O diretor-presidente, Maurício Dinepi, revela que o motivo do fechamento é a atual crise do setor. “Não aguentamos mais. Não há anunciante”, disse, em contato com o colunista Lauro Jardim, de O Globo, que revelou o encerramento do veículo.
A reportagem do Portal Comunique-se entrou em contato com funcionários da redação que relataram ter recebido a notícia na quarta-feira, 27, e que a empresa teria se comprometido a honrar as indenizações. De acordo com a presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, Paula Máiran, a crise já estava instalada nos Diários há mais de dois anos, quando os trabalhadores passaram a deixar de receber salários, FGTS, 13º e outros benefícios em dia. “A situação é degradante, desrespeitosa e antecede a atual conjuntura econômica”.
A entidade afirma que vai continuar ao lado dos colegas para fazer valer as obrigações trabalhistas da empresa, junto ao Ministério do Trabalho. “O encerramento dos jornais diários no Rio são reflexo da atuação de poder oligárquico na mídia nacional. Mais do que nunca a categoria precisa se unir para garantir seus direitos e lutas por seu papel na defesa do interesse público”.