O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo demitiu seis profissionais na última semana. A entidade afirma que os cortes foram forçados e “totalmente contra a vontade da diretoria”. “O único motivo para a medida é o grave risco de não poder garantir o pagamento dos salários nos próximos meses caso mantivéssemos todos os trabalhadores”, relata a entidade.
A reportagem do Portal Comunique-se entrou em contato com o presidente do sindicato, Paulo Zocchi, que informou que colaboradores com muito tempo de casa foram desligados. Ele afirmou que não era possível adiar a medida e que, neste período, havia verba para pagar as rescisões.
No texto publicado pelo sindicato, a situação foi creditada a três fatores: 1. redução de receitas diante do contexto do Brasil, chamado de golpe de estado pela entidade; 2. condições financeiras do SJSP, que herdou endividamento e chega a gastar 25% das receitas mensais com as parcelas da dívida; 3. baixa adesão à campanha de Sindicalização. Em um quarto ponto, o sindicato informa o cotidiano da entidade foi reorganizado a partir da redução de quadro. Com as demissões, a equipe passou a ter 11 funcionários.
“Se hoje tivemos de fazer demissões, nossa atitude foi precedida por muita análise, muito debate, e só foi decidida porque era medida necessária para preservar os direitos dos trabalhadores da entidade. Agimos para garantir a sobrevivência financeira do Sindicato”, finaliza.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) viveu um dia triste na última quarta-feira (31). Tivemos de demitir alguns dos trabalhadores e trabalhadoras de nossa entidade. Foi uma redução forçada da entidade, totalmente contra a vontade desta diretoria, pela necessidade de garantir o pagamento dos salários, dos direitos de cada um e para preservar o próprio Sindicato. Com este documento, informamos os jornalistas sindicalizados a respeito da questão, e compartilhamos os motivos para a decisão.
Deixamos claro para cada trabalhador, na difícil conversa no momento do desligamento, que a nossa avaliação do trabalho de cada um era positiva. O único motivo para a medida é o grave risco de não poder garantir o pagamento dos salários nos próximos meses caso mantivéssemos todos os trabalhadores. E, principalmente, o fato de que podemos neste momento pagar as verbas rescisórias a que todos têm direito. Caso protelássemos a medida, poderíamos chegar à situação de não poder pagar os salários, nem ter recursos para honrar as rescisões. A condução da direção sindical foi pautada pela responsabilidade e pelo respeito com todos os nossos trabalhadores e com o Sindicato.
Reunimos em seguida, no mesmo dia, o corpo de trabalhadores do Sindicato para abrir um diálogo a partir das seguintes considerações:
1. A redução das receitas do Sindicato se dá no contexto do Brasil sob o golpe de estado. O SJSP adotou uma posição contrária ao impeachment meses antes de seu desfecho por sua compreensão de que estava em curso um processo cujo alvo eram, além da democracia e da soberania popular, os direitos sociais e trabalhistas. Vemos as agora instituições de Estado – Executivo, Legislativo e Judiciário – atuando para coibir a atividade sindical, para reduzir garantias dos assalariados, para fragilizar as Convenções Coletivas, para diminuir, enfim, o custo do trabalho. Um dos resultados dessa ofensiva tem sido a redução de recursos das entidades sindicais.
2. A atual direção sindical faz um esforço permanente para melhorar as finanças do SJSP. As condições financeiras da entidade melhoraram ano a ano desde 2014. Chegamos ao atual momento sem nenhum empréstimo. Mas herdamos um pesado endividamento, cuja origem está na insolvência do plano de saúde da entidade em 2003, que ainda nos obriga a gastar cerca de 25% de nossas receitas mensais com as parcelas dessa dívida. Nos últimos meses, com a crise econômica e a redução dos postos de trabalho nas redações, houve um importante declínio das receitas. Além disso, medidas do governo ilegítimo e do Legislativo, bem como decisões judiciais, atingiram o conjunto do movimento sindical e também o SJSP. Isso nos levou a reduzir o nosso quadro agora. Mas não queremos permanecer assim: uma vez que equilibremos as contas, temos as condições de voltar a crescer.
3. O programa pelo qual nos elegemos, em 2015, deixava claro: “A sustentação financeira do Sindicato deve ser baseada, principalmente, na mensalidade dos sindicalizados, pois expressa a adesão espontânea dos jornalistas e, por isso, traz em si o fortalecimento político do Sindicato. (…) Mas nossa sustentação ainda depende, além da mensalidade, da contribuição assistencial paga pelos jornalistas não filiados, bem como do imposto sindical (que combatemos)”. Nosso trabalho, desde então, tem seguido esta diretriz. Agora, ampliar bastante a sindicalização, integrando centenas de jornalistas ao Sindicato, tornou-se uma questão decisiva. Por isso, iniciamos desde março uma nova etapa da Campanha de Sindicalização. Os jornalistas, neste momento, são chamados a se sindicalizar para sustentar a entidade – política e materialmente – e para construir um sindicato atuante, forte e representativo!
4. A partir da redução do quadro, reorganizamos o cotidiano do Sindicato, de forma a manter o conjunto das atividades. O foco é a defesa dos interesses dos jornalistas – campanhas salariais, luta contra as demissões, ação nas empresas para garantir o respeito aos direitos, mobilização geral contra o desmonte da Previdência e da legislação trabalhista – e a manutenção de um bom atendimento à categoria – homologações, jurídico, convênios, cursos, carteira da Fenaj, comunicação ágil, entre outros. Temos ainda o desafio de reforçar o papel do Sindicato como local de debate e formulação a respeito das transformações e do futuro do jornalismo.
Por fim, a direção do SJSP reafirma sua luta incansável contra as demissões de jornalistas pelas empresas de comunicação. Sindicato não é empresa. As empresas exploram o trabalho assalariado, acumulam lucros e patrimônio, e demitem para reforçar a exploração e preservar o patrimônio acumulado. Um sindicato é um patrimônio de uma categoria, que tem de ser preservado como ferramenta para a sua defesa coletiva. Os trabalhadores do Sindicato, para nós, são companheiros de jornada e nosso principal patrimônio. Se hoje tivemos de fazer demissões, nossa atitude foi precedida por muita análise, muito debate, e só foi decidida porque era medida necessária para preservar os direitos dos trabalhadores da entidade. Agimos para garantir a sobrevivência financeira do Sindicato, impactado pela dívida herdada do plano de saúde (PSS Médico) e pela queda na arrecadação, de forma a assegurar a ação sindical, fundamental neste momento de profunda ofensiva contra os direitos de todos e todas.
São Paulo, 3 de junho de 2017
Direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP)
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