Levantamento realizado pela Gerência de Inteligência Mercadológica e Competitiva da Embratur junto à Iata (Air Transport Association, em inglês, ou Associação Internacional de Transporte Aéreo, em tradução livre) apontou que mais de 800 mil bilhetes já foram adquiridos por turistas estrangeiros para visitar o Brasil durante o verão no Hemisfério Sul, entre dezembro deste ano e março de 2023.
Segundo o mais recente balanço da Iata, que considera passagens compradas até o dia 9 de novembro, os turistas estadunidenses lideram o ranking de turistas que virão ao Brasil nos próximos meses, com 19,81% do total (158.751 de um total de 801.110 passagens compradas), seguidos pelos viajantes de Argentina (154.872 bilhetes comprados), Portugal (53.824), Chile (41.782) e França (33.908).
Este número de turistas que desejam aproveitar o verão no Brasil, embora já recebido com entusiasmo por profissionais da área de turismo e hotelaria no país, tende a aumentar ainda mais nas próximas semanas, visto que, de acordo com estudo da FowardKeys, empresa de análise de voos, 53,51% dos viajantes compram as passagens entre 0 e 59 dias antes do embarque.
Para o presidente da Embratur, Silvio Nascimento, os dados revelam o retorno do aquecimento do turismo internacional no Brasil. “A Embratur tem aproveitado bem este momento de retomada mundial do turismo para recolocar o Brasil na prateleira do mercado internacional e números como esses demonstram a assertividade de nossas ações”, afirma.
Segundo a Polícia Federal, somente nos primeiros nove meses do ano, cerca de 1,8 milhão de viajantes do mundo inteiro desembarcaram no Brasil com visto de turista ou em viagem a turismo, mais que o dobro do registrado em 2021, quando 596,7 mil estrangeiros visitaram o país.
O empresário Jaime Mendes, sócio proprietário do Del Rey Quality Hotel, de Foz do Iguaçu (PR), vice-presidente do Visit Iguassu e diretor financeiro da ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo), vê “com muito entusiasmo” a crescente demanda de turistas estrangeiros que estão vindo para o Brasil nos próximos meses. “A crescente venda de bilhetes aéreos para o mercado internacional evidencia a retomada do mercado após um período de muita turbulência ocasionado pela pandemia de Covid-19”, afirma.
Mendes pontua que, no caso específico do turismo em Foz do Iguaçu, a ocupação dos hotéis costuma manter-se alta mesmo durante a chamada “baixa temporada”, mas a “chegada do verão e das férias ajuda muito a aquecer a demanda em nosso destino”. Tal afirmação pode ser referendada por dados da Secretaria de Turismo da cidade, que mostraram que a ocupação hoteleira na semana do Réveillon no último ano foi de 100%, marca que deve ser repetida neste ano, de acordo com previsões do setor de turismo e hotelaria local.
Já sobre o perfil dos turistas das diferentes nacionalidades que costumam viajar para a cidade paranaense no verão, o diretor financeiro da ABIH, afirma que “há muita pouca diferença quando o assunto é o mercado internacional de turistas que visitam o destino” já que o “o foco deste mercado sempre é o turismo de natureza e contemplação”.
Pela proximidade geográfica, no entanto, Mendes ressalta que os turistas argentinos costumam permanecer um tempo maior na cidade em relação aos visitantes de outros países. “Os argentinos costumam passar ao menos quatro noites na cidade, ao passo que os demais têm uma permanência média de 2,5 dias”, diz.
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