Afastado da Record TV desde maio, quando descobriu um câncer do pâncreas que havia irradiado para o fígado, o apresentador Marcelo Rezende morreu na tarde deste sábado, 16, em São Paulo
Com experiência no meio impresso e na televisão, o premiado jornalista tinha 48 anos de carreira na comunicação e passou os últimos à frente do ‘Cidade Alerta’, onde se destacou por criar bordões e apelidos para os colegas de trabalho
Sábado, 17h45. No horário em que o ‘Cidade Alerta’ normalmente é exibido, a Record TV, o jornalismo, familiares e inúmeros fãs se despediram de Marcelo Rezende. Aos 65 anos de idade e com 48 deles dedicados à imprensa, o apresentador lutava desde maio contra um câncer no pâncreas que havia irradiado para o fígado e estava internado no Hospital Moriah, em São Paulo, desde a última terça-feira, 12, devido a uma grave pneumonia.
Na Record TV, coube ao emocionado Reinaldo Gottino entrar em plantão diretamente da redação da emissora na capital paulista para avisar aos telespectadores que o colega havia morrido. Contendo as lágrimas, o comunicador ressaltou os feitos de Marcelo Rezende no canal e em outros veículos de mídia. Foi lembrado, por exemplo, que o jornalista ajudou a idealizar o ‘Linha Direta’, programa da TV Globo do qual foi o primeiro apresentador.
Ao vivo, Gottino disse que Marcelo Rezende deixa “grande legado ao jornalismo brasileiro”. O trabalho na condução do ‘Cidade Alerta’ foi destacado. Gottino relembrou que desde 2012 o apresentador ganhou ainda mais notoriedade por conseguir mesclar as reportagens de denúncias com clima mais informal e descontraído, criando bordões e definindo apelidos para parte da equipe. Entre as frases de efeito estiveram “corta pra mim”, que deu nome ao livro contando sua história, e “bota exclusivo que dá trabalho, minha filha”. Luiz Bacci virou “O Menino de Ouro” e Fabíola Gadelha, a “Rabo de Arraia”.
Apostos na frente do saguão do Hospital Moriah, Eduardo Ribeiro também entrou ao vivo na programação da Record TV. Ressaltando que toda a informação a respeito do falecimento de Marcelo Rezende só seria divulgada respeitando as decisões dos familiares do jornalista, ele disse que o apresentador foi internado para cuidar da pneumonia, mas que os médicos “não puderam fazer mais nada hoje”. Assim como Gottino, o repórter fez questão de elogiar o colega. “Um mestre”. “Um apaixonado por conhecer pessoas e contar histórias”.
Em maio deste ano, Marcelo Rezende se afastou da apresentação do ‘Cidade Alerta’. O motivo foi relevado por ele mesmo em entrevista ao ‘Domingo Espetacular’, que foi ao ar no dia 14 daquele mês. À revista eletrônica semanal da Record TV, o comunicador contou que iniciava a luta contra o câncer. Hoje, após a sua morte, Eduardo Ribeiro desconstruiu as críticas que chegaram a ser feitas à emissora na ocasião e revelou que foi o próprio apresentador quem definiu como iria tornar pública a doença – em respeito ao público que o acompanhava.
Durante o período em que travou a batalha contra o câncer, Marcelo Rezende teve de lidar com o sensacionalismo promovido por sites e páginas nas redes sociais preocupadas em ganhar cliques e “likes”. Em julho, por exemplo, o Blasting News, veículo conhecido por “chupar” reportagens de terceiros e divulgar títulos apelativos, afirmou que o apresentador já contava com “99% de chance de perder a vida”. Um mês antes, Daniel Castro usou o seu Notícias da TV para entrevistar um médico que, sem acesso ao quadro médico do apresentador, se sentiu confortável para dizer que em casos assim a “taxa de sobrevivência cairia para menos de 5%”.
Marcelo Rezende estreou no jornalismo aos 17 anos, na redação do Jornal dos Sports. Ainda na editoria esportiva, passou pelas reportagens do jornal O Globo e da revista Placar, mantida pela Editora Abril, e, em 1988, integrou o time do ‘Globo Esporte’, na TV Globo. Na emissora, onde apresentou o ‘Linha Direta’, iniciou sua relação com pautas policiais. Pelo “Trabalho do Menor”, material exibido no ‘Globo Repórter’, recebeu o diploma de honra ao mérito do Festival de Filme e Televisão de Nova York de 1994. Em 1998, com a denúncia de extermínio na Favela Naval, em Diadema (SP), conquistou a categoria telejornalismo do Troféu APCA e o Prêmio Líbero Badaró.
Fora da TV Globo, foi contratado pela Record TV em 2004, onde apresentou o ‘Repórter Record’ e o quadro ‘A Grande Reportagem’, exibido dentro do ‘Domingo Espetacular’. Deixou a emissora de Edir Macedo no ano seguinte e tocou projetos na Rede TV (‘Repórter Cidadão’) e na Band (‘Tribunal na TV’). Retornou à Record em 2012 para liderar a nova fase do ‘Cidade Alerta’. No dia de sua reestreia no noticiário, avisou: “não temos amigos, nem inimigos. Trabalhamos para o interesse público, o interesse da comunidade, o interesse da sociedade”.
O corpo do apresentador da Record TV será velado a partir das 10h deste domingo, 17, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. O velório será aberto ao público. Marcelo Rezende deixa cinco filhos, uma neta e a namorada Luciana Lacerda.
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