Marcelo Tas: “o jornalismo, às vezes, produz suas pérolas falsas”

Influenciador também comenta papel da imprensa e das redes sociais. Marcelo Tas não poupou o jornalismo de críticas em conversa com Roseann Kennedy, da TV Brasil

Ator, jornalista, comunicador, educador, produtor de TV, Marcelo Tas é um profissional multitarefas.Com cerca de 13 milhões de seguidores no Facebook e no Twitter, ele é um dos influenciadores mais premiados do país. Com redes sociais robustas, vê na internet um espaço de comunicação promissor e define: “Rede social é que nem escova de dente, tem que ser você que usa. Não adianta você emprestar para alguém”. Ele conta que, com tantos seguidores, precisa de auxílio para lidar com suas redes sociais, mas não abre mão do contato direto com os internautas. “Tenho pessoas que me auxiliam, mas quem escreve e quem responde sou eu”, garante.

Em entrevista ao programa ‘Conversa com Roseann Kennedy’, da TV Brasil, Marcelo Tas diz que o jornalismo é sua veia, seu pilar. E reflete sobre a função da imprensa num cenário repleto de fake news. “O jornalismo, às vezes, produz as suas próprias pérolas falsas e muitas vezes nem reconhece que eram erros”. Mas ele é um otimista quanto ao futuro da comunicação. “Cada veículo hoje, tem uma chance grande de construir uma nova credibilidade principalmente reconhecendo o erro, respondendo a erro, respondendo a questionamento de seus ouvintes, telespectadores, leitores”.

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Para Tas, é preciso reconhecer a responsabilidade de cada um nesse cenário de informações falsas. “As pessoas tratam fake news como se fossem os alienígenas que tivessem jogado as fake news aqui no nosso planeta tão limpinho”, ironiza. “Nós é que produzimos fake news e nós sempre produzimos. Então, a gente tem que baixar essa bola do preconceito para poder participar dessa festa de oportunidades que é o mundo digital”, complementa.

“Nós é que produzimos fake news e nós sempre produzimos” (Marcelo Tas)

Tas diz que, no meio virtual é preciso avaliar o que está funcionando e não fugir de assuntos relevantes, principalmente quando se tratam de críticas. “A gente tem que praticar mais isso: transparência. Que é você falar de assuntos que as pessoas estão querendo que você fale, mas você não quer falar. E acho uma prática muito saudável tanto para as pessoas, quanto para as empresas, escolas, governos, entenderem que acabou o mundo que você falava e as pessoas ficavam caladas. É o mundo do diálogo mesmo”.

Sobre o clima de hostilidade na internet, Tas é crítico. “O hater é um ser humano e muitas vezes um ser humano muito próximo. Você tem hater dentro da família, muitas vezes. Todo mundo tem um tio, uma tia maluca… A rede é um espelho do que é a realidade”. Para Marcelo, é preciso saber como responder ao ódio com sabedoria e filosofa. “Uma pessoa que vai dedicar o tempo dela para te odiar é porque você tem algo relevante que ela ou está invejando ou ela não consegue fazer aquilo que você faz. Então, você tem que entender um pouco do ódio para poder iniciar um diálogo. O ódio também é sinal de amor”.

Com uma carreira sempre voltada para a educação, Marcelo Tas ficou conhecido pelo papel de repórter ficcional Ernesto Varela, pela participação na série infantil “Rá-Tim- Bum” (da TV Cultura), e pelo projeto de educação à distância “Telecurso”, da Fundação Roberto Marinho. Foi líder programa de TV “CQC” por muitos anos, faz comentários na rádio CBN e no Jornal da Cultura.

Marcelo Tas: críticas ao jornalismo em conversa com Roseann Kennedy (Imagem: divulgação/TV Brasil)

“O hater é um ser humano e muitas vezes um ser humano muito próximo. Você tem hater dentro da família, muitas vezes” (Marcelo Tas)

Atualmente, é membro do Conselho de Professores do IBMEC, na área de Inovação e Jornalismo dando cursos online e trabalha na reconstrução do Museu da Língua Portuguesa de São Paulo. Bem humorado, Tas ainda se define como extraterrestre e diz que tem sonhos de trabalhar numa estação espacial. Com tantas atividades diz que administrar o tempo é uma tarefa crucial nos dias de hoje. “A era que a gente vive de aceleração, especialmente por conta das comunicações é muito desafiadora”, conclui.

Roseann Kennedy – entrevista com Marcelo Tas:

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Edição: Sabrina Craide

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Agência Brasil

Agência pública de notícias criada em 1989, logo após a incorporação da Empresa Brasileira de Notícias (EBN) pela extinta Empresa Brasileira de Comunicação (Radiobras). Em 2007, com a criação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que incorporou a Radiobras, passou a integrar o sistema público de comunicação.

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