Nem tudo em 2022 se resume a NFTs, streamers e metaverso. Fora dessa badalação, Marcos Dimenstein, CEO da Catraca Livre e idealizador da C-Hub, agência de conteúdo e experiência do veículo, separou três tendências que podem ajudar os profissionais de marketing a se destacarem esse ano.
O processo de empoderamento do consumidor se acelera a cada dia, o que exige que as empresas entendam sobre os impulsos de consumo de seus clientes. Muito além disso, quais são seus problemas, seus valores, seus medos e anseios? Somente com estas respostas, as marcas podem atuar como agentes legítimos de transformação na vida das pessoas. E assim conquistar preferência.
No campo do branding não há mais espaço para marcas apáticas. Esta agenda já deixou de ser somente uma questão de responsabilidade social, para se tornar uma pauta econômica. Deixarão de ser competitivas as empresas que não agirem com verdade, ação e transformação diante dos dilemas sociais e ambientais. Por isso, compreender o potencial que existe na fusão das disciplinas de marketing e responsabilidade social, é o primeiro passo para estruturar as bases para a comunicação corporativa 3.0.
Um bom exemplo de conteúdo de impacto é a Jornada do Acolhimento da Janssen, um projeto que ajuda usuários a buscar tratamento especializado através de um game. Pautas como a Depressão Resistente ao Tratamento, impactos do mundo virtual na saúde mental dos jovens e o retorno ao trabalho presencial no pós-pandemia são pontos importantes do vínculo emocional com as pessoas através de um conteúdo leve, que entretém e traz informações importantes para os usuários. Como resultado, a campanha teve 3,5 milhões de impacto e 40 mil pageviews.
Se quisermos resultados expressivos em nossos KPIs de comunicação, temos que ser nativos. A comunicação moderna, é pulverizada e diversa em suas linguagens e formatos e tudo deságua nas redes sociais. Querer levar audiências para territórios proprietários das marcas como blogs, apps, bots se tornou um esforço muitas vezes sem recompensa, o que vai na contramão do conceito users first. Temos que falar com a audiência onde ela está, com histórias adaptadas a forma e linguagem de meio, indicadores como engajamento, alcance, views são potencializados.
As redes sociais ocupam cada vez mais importância na vida das pessoas e o social commerce vem crescendo a cada dia. Também há mudanças na busca de informações de produtos, onde as redes vêm ocupando mais espaço do que os mecanismos de busca, principalmente entre os mais jovens. Ocupar os espaços onde a sua audiência está é fundamental, mas não é qualquer tipo de conteúdo que gera engajamento e identificação do público.
Um estudo da Market One Media Group, revela que as pessoas visualizam anúncios nativos 53% mais do que anúncios de banner e que a publicidade nativa gera um aumento de até 82% no brand lift. Além disso, pesquisa do Grupo Havas apontou que 74% dos entrevistados acreditam que suas experiências com as marcas poderiam ter mais entretenimento e 71% se engajam mais e lembram-se melhor da publicidade que entretém.
As pessoas não entram nas redes dispostas a interagir com o conteúdo de uma marca, mas quando elas se deparam com algo incrível que emociona, entretém e/ou oferece serviço que qualifique a experiência de vida delas, é a chance de prender a atenção do usuário para que ele se engaje com o conteúdo. A abordagem nativa na comunicação é o que faz a marca se tornar relevante no debate digital, furando a bolha da invisibilidade.
O Mercado Livre fez uma campanha para ressignificar beijos icônicos da cultura com casais LGBTQIA+, trazendo mais representatividade para seus consumidores. O projeto contou com muito conteúdo nativo, com vídeos verticais, matérias, cards e quiz em multiplataformas, o que gerou mais de 7,4 milhões de impactos e muito engajamento. Além de contribuir para a comunidade LGBTQIA+ ao disponibilizar as fotos para download com aplicações irrestritas para compartilhar e recriar outras peças e fazendo uma doação para uma instituição que apoia a causa.
A pandemia nos fez valorizar a rua. Palco de tudo e de todos é o lugar da convivência, que nos faz perceber o outro. Com isso, a grande oportunidade deste ano para as marcas é a possibilidade de reencontro com as pessoas no nível físico. Estamos sedentos para viver experiências incríveis, viver a cidade e isso cria um campo extremamente fértil para as marcas criarem conexões significativas com as pessoas.
Cada evento é uma história, um conteúdo, que tem que ser visto como estratégia híbrida que une o digital e o presencial como parte de uma mesma jornada de comunicação. No evento se cria o fato relevante que merece a atenção das pessoas. No digital, damos escala de impacto que transcende as limitações físicas.
Ações de marca como Anjos do Carnaval da 99 é um exemplo de como uma experiência presencial se une ao digital provocando um grande impacto. O projeto combate o assédio durante o carnaval, com voluntárias capacitadas circulando nos lugares próximos ao ponto de apoio para fazer o acolhimento e abordagem de vítimas de assédio ou agressões sexuais e psicológicas. Foram distribuídos milhares de adesivos e decalques para amplificar a campanha, que também contava com uma plataforma de conteúdos digitais. Em sua última edição foram mais de 25 menções em outros veículos, mais de 25 milhões de visitas à página, além do engajamento on/off das pessoas.
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Por Marcos Dimenstein. CEO da Catraca Livre.
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