A medicina digital tem presenciado um aumento significativo no número de exames realizados no conforto do lar, impulsionando o crescimento do mercado global de telessaúde. Essa tendência está relacionada ao avanço da tecnologia e ao desenvolvimento de dispositivos e aplicativos que permitem a realização de exames de forma remota e conveniente.
Com a aprovação da Lei nº 13.989/2020, que regulamenta a modalidade, o número de atendimentos por telemedicina tem aumentado gradualmente no Brasil, proporcionando maior acesso à assistência à saúde em todo o país. Dados levantados pela Saúde Digital Brasil, que representa os principais operadores de telemedicina do Brasil, revelam um crescimento exponencial no número de pacientes atendidos por meio de tecnologias de informação e comunicação. Entre 2020 e 2021, foram realizados mais de 7,5 milhões de atendimentos por telemedicina no Brasil, envolvendo mais de 52,2 mil médicos.
Esse crescimento é impulsionado por vários fatores. Primeiro, a maior penetração da Internet e a constante inovação em smartphones estão permitindo superar as lacunas na prestação e no uso de serviços de telessaúde de forma conveniente. As pessoas estão cada vez mais conectadas e têm acesso a dispositivos móveis que podem ser usados para realizar exames e se comunicar remotamente com profissionais de saúde.
Além disso, a pandemia da Covid-19 teve um impacto significativo no aumento da demanda por serviços de telessaúde. As restrições impostas para conter a infecção levaram muitos estabelecimentos de saúde a adotarem métodos de atendimento virtual, substituindo os métodos tradicionais. A necessidade de monitorar a saúde e gerenciar virtualmente doenças crônicas também impulsionou o crescimento do setor.
A medicina digital oferece benefícios tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde. Os pacientes têm acesso conveniente a exames em casa, reduzindo a necessidade de deslocamentos e permitindo uma maior autonomia no cuidado com a saúde. Por outro lado, os profissionais de saúde podem analisar os resultados dos exames remotamente, proporcionando um atendimento mais eficiente e personalizado.
Com o crescimento contínuo da medicina digital e a crescente demanda por serviços de telessaúde, é esperado que o setor continue se expandindo nos próximos anos, contribuindo para a transformação da forma como os cuidados de saúde são prestados e acessados.
Estima-se que globalmente esse mercado tenha sido avaliado em US$ 83,5 bilhões em 2022 e espera-se que cresça a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 24,0% de 2023 a 2030, informa o relatório Grand View Research.
Consultas e exames remotos crescem 70,68%, aponta levantamento da healthtech Tuinda Care
Um levantamento feito pela Tuinda Care, healthtech focada em soluções de telemedicina e cuidado à distância, mostra que o número de consultas remotas teve um crescimento de 70,68% nos primeiros cinco meses de 2023, em relação ao mesmo período de 2022.
A empresa que é representante exclusiva da tecnologia TytoCare, dispositivo que permite a realização do exame físico à distância em todo território nacional, informa ainda um crescimento de 150% no número de pacientes que fizeram consultas utilizando o dispositivo, totalizando 2.731 atendimentos de janeiro a maio deste ano, contra 1.600 no mesmo período de 2022.
A base da Healthtech possui cerca de 480 assinaturas ativas e pelo menos 3.850 pacientes cadastrados. De acordo com a Tuinda, no período, a região Norte apresentou um aumento de 156% no número de pacientes cadastrados. A empresa também registrou um aumento de mais 20% em novos profissionais de saúde.
Entre os tipos de consultas mais comuns, a modalidade que se destaca é a Síncrona, que consiste na realização de exame remoto durante a consulta. Através da tecnologia do Tyto Care, o médico consegue capturar sons e imagens à distância.
O sistema de inteligência artificial orienta o usuário para realização do exame com o dispositivo, assim é possível avaliar as estruturas do ouvido, como o canal auditivo e o tímpano, fazer análise de possível infecção da orofaringe, ausculta pulmonar, do coração e abdômen, conferir a frequência cardíaca, fazer aferição da temperatura, além de obter imagens de lesões na pele com alta precisão e acurácia. O dispositivo também possibilita conectar medidor de pressão.
“Esse crescimento se dá graças a popularidade da telemedicina após o Covid-19, em que se observou a necessidade de continuar, e reforçar, os cuidados com a saúde mesmo a distância, aliada a regulamentação. Muitos pacientes utilizaram o serviço pela primeira vez durante este período, e acabaram aderindo ao modelo, tanto pela comodidade de ter um profissional a um clique, quanto pela segurança de não precisar ir a ambientes clínicos e efetividade demonstrada.” Ressalta Anna Clara Rabha, Diretora Médica da Tuinda.
Em 2022, a healthtech teve um crescimento operacional de 300% em comparação com o ano anterior e realizou mais de 3.400 atendimentos.
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