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Melhoramento genético pode gerar alimentos mais nutritivos e evitar desperdício

27/5/2021 –

A cada ano, 26,3 milhões de toneladas de comida são jogadas fora no Brasil, volume suficiente para distribuir 131,5 kg para cada brasileiro no mesmo período, de acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Entre as soluções possíveis para auxiliar a minimizar esse problema, uma pode ser adotada antes mesmo do alimento sair do campo: o melhoramento genético. 

Os produtores de hortaliças, frutas e verduras têm muitos desafios na condução de suas lavouras. O melhoramento genético é uma das soluções que permite contornar alguns deles, tanto dentro do campo, conferindo maior resistência a determinados fungos e bactérias, quanto fora dele, por meio de cascas mais espessas que aguentam melhor o transporte até o supermercado, prolongando, assim, a vida útil dos alimentos. O método consiste em selecionar plantas com características agronômicas desejáveis por meio do cruzamento entre organismos da mesma espécie. 

“Com essa técnica somos capazes de selecionar características desejáveis ao produtor e ao consumidor, como, por exemplo, fazer com que uma fruta ou uma hortaliça se adaptem melhor a uma determinada região”, explica Marcelo Tavares, Líder de Marketing para Seminis na América do Sul.  

Um exemplo de benefício obtido por meio do melhoramento genético é a resistência à mosca minadora nos melões Galia, muito exportados para a Europa. Há uma pressão de infestação de mosca minadora na região produtora que chegava a inviabilizar a produção e, consequentemente, a exportação do alimento. “Por meio do melhoramento genético fomos capazes de desenvolver plantas resistentes a esta mosca, garantindo mais vigor nas folhas e fazendo com que os produtores fossem capazes de produzir durante toda a janela produtiva”, completa Tavares.  

Com o melhoramento genético ainda é possível conferir características organolépticas, ou seja, relacionadas aos sentidos (como paladar, visão ou tato). Alguns exemplos são a possibilidade de aprimorar o sabor dos alimentos (deixando uma melancia mais vermelha e mais doce, ou um tomate tipo cocktail mais saboroso, por exemplo), e torná-los mais nutritivos (como no caso das cenouras mais alaranjadas que possuem maiores níveis de betacaroteno). 

No caso de melancias há variedades sem sementes ou extra firmes em formato oval, que permitiram às indústrias de processamento a possibilidade de adicioná-las nas saladas de fruta prontas para consumo (vendidas em supermercados) sem que produzissem água e estragassem as demais frutas do pote.  

Desperdício de alimentos segue sendo um desafio   

Em âmbito global, segundo estimativas da FAO, aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas dos alimentos produzidos anualmente são desperdiçados ou se perdem — cerca de um terço da produção global, uma quantidade suficiente para alimentar dois bilhões de pessoas por ano.  

O desperdício é um dos principais obstáculos para se alcançar a plenitude da segurança alimentar — que vem se agravando cada vez mais. Cerca de 59,3% dos brasileiros (125,6 milhões de pessoas) passaram a sofrer insegurança alimentar no último ano devido aos impactos da pandemia causada pelo novo coronavírus, segundo pesquisa coordenada pelo Grupo de Pesquisa Alimento para Justiça. 

O melhoramento genético é apenas um dos processos possíveis para reduzir a perda de alimentos. Há muitos outros possíveis, como a aplicação de diferentes técnicas de biotecnologia moderna na agricultura e o desenvolvimento de mais soluções inovadoras e colaborativas — a própria Bayer tem atuado nesta frente recentemente com o Desafio Food Loss. A chamada lançada em parceria com o Food Tech Hub Br tem inscrições abertas até o dia 5 de agosto e busca selecionar startups que possuam soluções para diminuir a perda de alimentos nas diferentes fases da cadeia agrícola. 

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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