“Apenas a independência, o caráter, a objetividade e o bom julgamento do jornalista e da mídia são capazes de superar as terríveis tempestades do mundo contemporâneo, que ameaçam a liberdade de informação em todos os lugares”.
Guillermo Cano Isaza, jornalista colombiano assassinado em 1986, escreveu essas palavras dois anos antes de sua morte, e elas continuam a ecoar hoje, 33 anos depois, no momento em que celebramos o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa e o 20º aniversário do Prêmio Mundial de Liberdade de Imprensa UNESCO-Guillermo Cano.
Enfrentando crise de identidade do seu público, o jornalismo se encontra diante de horizonte no qual velhos desafios se somam a nova ameaças. A mídia como atividade empresarial está sendo abalada em seu núcleo, com o advento das redes digitais e das mídias sociais. Jornalistas cidadãos estão redesenhando os limites do jornalismo. A credibilidade e o dever de prestar contas da mídia estão sendo questionados. Online, a linha que separa materiais publicitários e editoriais tem se tornado tênue, e nós temos visto atores privados assumindo a posição de intermediários-chave, juntamente com novas formas de “censura privada”. Esses desafios se somam a transformações mais profundas que afetam as sociedades. Em 2016, a Palavra do Ano eleita pelos Dicionários Oxford foi “pós-verdade”. Combinado ao conceito de “notícias falsas” estão sendo levantadas questões que atingem o cerne do jornalismo livre, independente e profissional.
Tudo isso ocorre em momento no qual uma mídia livre, independente e pluralista nunca foi tão importante, para empoderar cada mulher e cada homem, fortalecer a boa governança e o Estado de direito, e fazer avançar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável – em especial o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16: “Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à Justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis”. A mídia deve ser não apenas uma fonte de informações confiáveis – ela deve fornecer plataforma para uma multidão de vozes e mobilizar novas forças para a tolerância e o diálogo.
Os riscos são claros. Nós precisamos de um jornalismo original, crítico e bem fundamentado, orientado por altos padrões profissionais e éticos, e por uma educação em mídia de qualidade – juntamente com públicos que tenham as habilidades adequadas em alfabetização midiática e informacional.
A UNESCO lidera este trabalho em todo o mundo, a começar pela defesa da segurança dos jornalistas. Com muita frequência, o assassinato continua a ser a forma mais trágica de censura – em 2016, 102 jornalistas pagaram esse altíssimo preço. Isso é inaceitável e enfraquece as sociedades como um todo. É por isso que a UNESCO lidera o Plano de Ação das Nações Unidas sobre a Segurança dos Jornalistas e a Questão da Impunidade com parceiros em todo o mundo.
Tempos críticos exigem mentes críticas. Hoje, eu chamo todos a aguçar sua mente para defender as liberdades que são essenciais para a justiça e a paz – essa é a mensagem da UNESCO para o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa de 2017.
*Irina Bokova. Diretora-geral da UNESCO.
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