O estado de Minas Gerais é o líder em produção de energia solar no Brasil. É o que aponta o levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, divulgado no último mês. Segundo o estudo feito em parceria com a Aneel, a Agência Nacional de Energia Elétrica do Governo Federal, somente em terras mineiras existem 30.990 Megawatts de potência para geração e consumo de energia solar fotovoltaica – entre usinas operando, em construção ou prestes a serem construídas.
De toda a energia solar produzida no Brasil, cerca de 15% está concentrada em Minas Gerais. A capacidade de geração e distribuição de energia do estado é a maior do país. São Paulo, em segundo lugar, fica com 12% de geração e distribuição da energia. Em números, enquanto Minas possui mais de 1.600 Mw em operação, o estado companheiro de região produz, em média, 590 Mw nas usinas espalhadas em seu território.
Segundo Cristiana Nepomuceno, bióloga e advogada ambiental do Nepomuceno Soares Advogados, a liderança de Minas Gerais na operação da energia solar é reflexo do entendimento sobre a importância da geração de energia de forma sustentável: “A existência de uma energia renovável, sobretudo no Brasil, país cuja extensão territorial é imensa, é uma necessidade que vem sendo observada ao longo dos últimos anos”.
Ainda de acordo com Cristiana, a energia solar evidencia que a geração de energia sem causar grandes danos ao meio ambiente é viável. “O processo de instalação de usinas fotovoltaicas já é uma realidade e mostra que o Brasil não só pode, como deve investir na viabilização dessa fonte de energia, pois o consumo demandado tanto pela população, quanto pelas empresas é grande. Daí surge a necessidade de fazer com que essa produção cumpra com o intuito de levar energia à sociedade sem comprometer os recursos naturais e poluir de forma definitiva o ecossistema”, completa.
A maior parte da potência de energia solar produzida no Brasil é utilizada em residências, o que representa quase 50% do consumo. Os estabelecimentos comerciais e o setor de serviços utilizam quase 30% dos recursos fotovoltaicos. Em seguida, estão os setores Rural, Industrial e os serviços referentes à iluminação e ao setor público.
A energia fotovoltaica soma 3% da demanda diária de energia elétrica no Brasil. Segundo o levantamento, a escolha pela energia renovável já fez com que a liberação de mais de 29,7 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera fosse evitada.
“A necessidade de diminuição de emissão de carbono na atmosfera é um consenso global. O excesso de gases no planeta, que acaba gerando o efeito estufa e o aumento da média de temperatura mundial é uma questão discutida há anos, como nas Conferências da Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, as COPs. A diminuição deste processo de poluição passa justamente pela adoção de fontes de energia renováveis. A energia solar faz parte do escopo das ‘energias limpas’, ou seja, que não contribuem para o agravamento do aquecimento global, pois não liberam CO2 na atmosfera”, explica Cristiana Nepomuceno.
Atualmente, a energia solar representa 10,2% de toda matriz elétrica brasileira, e pode, em breve, ultrapassar os números referentes à geração de energia eólica, que contabiliza outros 11% da matriz, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica e a Agência Nacional de Energia Elétrica.
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