O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse na terça-feira, 6, que o governo “só trabalha com um plano A”, que é o de votar e aprovar a reforma da Previdência ainda em fevereiro. “É tudo ou tudo”, disse, ao apontar a imprensa como “aliado importante” no sentido de melhor esclarecer a necessidade da reforma.
“Falta pouco tempo, mas falta pouco voto. É difícil mas não é impossível”, disse em um evento promovido pela Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig).
Segundo Marun, o governo precisa obter mais 40 ou 50 votos dos indecisos para garantir a aprovação da matéria. De acordo com o ministro, os esclarecimentos que a mídia vem dando sobre o assunto têm sido relevantes para o convencimento geral. “As editorias econômicas dos principais órgãos de imprensa estão sendo esclarecedores em suas informações. Este é um aliado importante que temos”, acrescentou.
Marun aproveitou o encontro para destacar alguns avanços recentes do país, do ponto de vista econômico, e lamentou o fato de, mesmo em meio “a resultados positivos”, o presidente Michel Temer ser vítima de uma “conspiração asquerosa que buscava, em função de interesses mesquinhos, retirá-lo do poder”.
O ministro chegou a comparar a situação do atual presidente à vivida pelo ex-presidente Getúlio Vargas pouco antes do suicídio, em 1954. Referindo-se a Temer, Marun disse que, em alguns aspectos, ele sofreu “o maior ataque e a maior barragem de artilharia de notícias mentirosas e negativas que um governo já sofreu aqui no país”.
“Por muito menos do que isso, o presidente Getúlio Vargas deu um tiro no peito, e ele era um homem valente. Esta é a realidade. O presidente Temer, com aquele jeito que muitos pensam ser frágil, mostrou ser duro como uma rocha e frio como um iceberg”.
O ministro criticou também decisões tomadas recentemente pelo Judiciário brasileiro, que acabaram por colocar em risco a administração e a economia do país. Referindo-se à dificuldade que Temer vem tendo para conseguir nomear a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o cargo de ministra do Trabalho, Marun disse que o caso “atropela um princípio básico da democracia”, que é a independência dos poderes. “Mas o governo Temer não vai vacilar na defesa de suas prerrogativas”, acrescentou.
*Edição: Fernando Fraga
*Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil
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