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Modinha? Pesquisa traz dados e curiosidades sobre comunicadores e podcast

Entender como está a produção e o consumo de podcast no país e, consequentemente, como esse formato de conteúdo tem impactado o setor de comunicação. Esses foram os objetivos que fizeram a media tech Comunique-se e a agência de notícias corporativas Dino irem a campo para desenvolverem, em parceria, a primeira edição da pesquisa “O mercado de podcasts no Brasil”. De 24 de fevereiro a 11 de março, o levantamento contou com 1.100 respondentes — com a base sendo composta, sobretudo, por profissionais de comunicação.

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Justamente no campo da comunicação social, o estudo apresenta dados, curiosidades e insights a respeito do assunto podcast, indo de aspectos comerciais até a oportunidades na área. A maioria dos respondentes, por exemplo, afirmou que não trabalha — ao menos ainda — com esse tipo de formato de conteúdo: 55,5%. Dos 44,5% restantes, os que já atuam diretamente com esse tipo de material, as atividades foram impulsionadas recentemente. Isso porque 30% começaram a trabalhar com o formato há mais de dois anos. Por outro lado, 70% passaram a ter relação profissional com esse tipo de conteúdo de dois anos para cá.

(Imagem: divulgação/Comunique-se/Dino)

O mercado de produção de podcasts está crescendo e mais do que isso, com as ações tendo sequência

Esses dados refletem, na visão dos organizadores da pesquisa, que o podcast, no Brasil, já não pode ser mais encarado como “modinha”. Integrante do departamento de marketing do Comunique-se e um dos responsáveis pela realização do levantamento, Gabriel Tripodi chama a atenção para o fato de mais de um terço dos respondentes manter ativo um projeto de podcast entre um e dois anos. “Evidencia que o mercado de produção de podcasts está crescendo e, mais do que isso, com as ações tendo sequência, sem mero experientes que ficam poucos meses no ar”, analisa o profissional que é consumidor e produtor do formato, sendo responsável pelo ‘Fala, Bocão’, atração desenvolvida exclusivamente para os colaboradores do Comunique-se.

Mais de 44% dos comunicadores têm, atualmente, relação profissional com podcasts

Na pesquisa, Gabriel Tripodi foi encarregado pela elaboração do questionário ao lado de Gabriel Andrade, do marketing da agência de notícias corporativas Dino. Ele observa que, ainda sendo minoria entre profissionais de comunicação do Brasil, o formato tem ganhado cada vez mais espaço. “Há mais de três anos, o termo era até pouco difundido no país. Agora, é possível afirmar que esse tipo de conteúdo está numa crescente, com mais de 44% dos comunicadores tendo, atualmente, relação profissional com podcasts”, comenta Andrade.

A observação de Gabriel Andrade é respaldada por outro tópico do levantamento. Entre os que — por enquanto — não trabalham ativamente com podcasts, há a intenção de se mudar essa estatística. Isso porque 51% dessa parcela dos entrevistados responderam “sim” para a seguinte pergunta: “você pretende investir no formato em breve?”. E não só isso. De todo o universo de respondentes, 94,2% cravaram: o podcast veio para ficar!

O tema podcast, contudo, representa incertezas. Entre toda a base que ainda não atua com o formato, mais de um terço (34%) admitiu: não sabe por onde dar início a um projeto. Outros 39% indicaram que ainda não foram para o “outro lado” da pesquisa porque falta estrutura e/ou orçamento para tirar algum plano do papel.

Mesmo entre aqueles que não trabalham com o formato, o podcast se faz presente entre os profissionais de comunicação espalhados Brasil afora. Afinal, 86,1% dos respondentes consomem esse tipo de conteúdo. Por período, 24,6% afirmaram que passaram a ser ouvintes de podcasts há cerca de dois anos. “Consumo diariamente”, por sua vez, foi a resposta mais popular, com 30,8%, na parte de frequência do levantamento.

(Imagem: divulgação/Comunique-se/Dino)

E quais fatores levam os profissionais de comunicação do Brasil a serem consumidores de podcasts? As principais respostas registradas na pesquisa foram:

  1. Entretenimento — 29,5%;
  2. Ficar por dentro das informações cotidianas — 29%;
  3. Colher insights para a carreira profissional — 22%;
  4. Fonte de estudo — 19,5%.

Comunicadores e… produtores de podcast

Do montante que respondeu já trabalhar com podcast, destaca-se a estratégia de internalizar projetos desse tipo. Somente 19,2% avisaram que os trabalhos para produção são feitos de forma terceirizada. Ou seja: a maioria absoluta — no caso, 80,8% — é responsável direta pela produção de conteúdos em áudio disponibilizados por meio de canais digitais.

No meio da comunicação, a pesquisa “O mercado de podcasts no Brasil” mostra que o formato se faz presente em praticamente todos os nichos do setor. Isso porque há quem seja produtor (43,7%) ou mesmo apresentador de programas (19%). Há, ainda, aqueles que “apenas” trabalham em alguma empresa que mantém ativo ao menos um podcast (24,9%). Por fim, também surge a figura do assessor de imprensa, que indica seus clientes para serem fontes de atrações (12,4%).

Entre os comunicadores brasileiros há a predileção pelo podcast “raiz” em detrimento do chamado videocast, que, conforme o nome sugere, também conta com imagem. O modelo que possui somente o áudio — e, dessa forma, pode ser disseminado por meio de plataformas como o Spotify — é adotado por 61,4% dos respondentes que já trabalham com esse formato de conteúdo.

(Imagem: divulgação/Comunique-se/Dino)

Podcast: retorno além do quesito comercial

O levantamento realizado pelo Comunique-se, em parceria com a agência de notícias corporativas Dino, também buscou entender quais são os retornos que os comunicadores brasileiros têm ao investirem em projetos de podcast. Nesse sentido, algumas respostas surgiram. A primeira é que, ao menos até o momento, as estratégias, em suma, não se limitam à parte comercial — mesmo diante do fato de 51,6% dos respondentes que trabalham com o formato indicarem que possuem retorno financeiro com esse tipo de ação.

O principal resultado indicado por quem trabalha com podcast é, porém, é outro. Isso porque 81,4% garantiram ao item “fortalecimento da marca” a primeira colocação. Conversão de clientes e conversão de vendas são outros itens presentes nesse campo, com 6,7% e 3% das respostas, respectivamente. 7,5% garantiram que, por meio da produção de podcasts conseguem obter os três tipos de retorno: fortalecimento da marca, conquista de clientes e geração de vendas.

Mais dados e curiosidades sobre podcast

Entre outros pontos, a pesquisa “O mercado de podcasts no Brasil” indica que:

  1. 90,6% gravam seus podcasts (em vez de realizar transmissões ao vivo);
  2. Apenas 19% trabalham com o chamado videocast;
  3. Dos que pretendem produzir um podcast, 56,1% querem desenvolver projeto para a empresa em que trabalham;
  4. ‘Entrevista’ é o nicho/editoria mais popular entre comunicadores-ouvintes de podcasts (16,5%);
  5. Com 38% das respostas, o Spotify é a principal plataforma para se consumir podcasts entre profissionais de comunicação do país;
  6. ‘O Assunto’, apresentado pela jornalista Renata Lo Prete e produzido pela equipe do G1, é o podcast favorito entre os comunicadores, sendo indicado por 5% dos entrevistados;
  7. A maioria absoluta dos respondentes (55%) afirma que não é preciso ter formação acadêmica em comunicação para atuar como apresentador de podcast.
Renata Lo Prete apresenta o podcast ‘O Assunto’. (Imagem: divulgação/G1)

A pesquisa “O mercado de podcasts no Brasil” foi realizada junto às bases de clientes e prospects da media tech Comunique-se e da agência de notícias corporativas Dino. Também foram consultados os profissionais presentes no serviço de mailing imprensa do Comunique-se 360 e a comunidade de leitores da newsletter do Portal Comunique-se.

A íntegra do relatório do levantamento está disponível gratuitamente para download. Para visualizar o material, basta clicar aqui e preencher o formulário online.

Leia também: 5 iniciativas inovadoras para ampliação e retenção da audiência

E mais: Um panorama sobre a crise da mídia impressa no Brasil

E ainda: Raio-X do mercado de jornalismo no Brasil

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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