Embora as mulheres estejam menos presentes em algumas áreas, elas representam metade da população mundial e são maioria no Brasil. De acordo com os dados da PNAD Contínua, 51,1% da população brasileira é composta por mulheres. Frente aos 48,9% da população masculina, pela lógica matemática, essas profissionais deveriam contar com uma representação equivalente em todos os setores da sociedade.
Esse é o caso do mercado de tecnologia da informação que conta com baixos índices de participação feminina. De acordo com a pesquisa “Mulheres na Tecnologia 2020”, realizada pela empresa de recrutamento Revelo, as mulheres representavam apenas 23% dos profissionais de TI no Brasil. Para a Cubos Academy, uma das maiores edtechs do Brasil, estimular a participação e interesse das mulheres pelo mercado tech é urgente.
“Infelizmente, a área de tecnologia se consolidou enquanto um mercado majoritariamente masculino. Embora exista um movimento de integração do público feminino, ainda precisamos lutar contra o imaginário popular de que programar não é para mulheres, por exemplo’’, explica Fernanda Sousa head de experiência do estudante da Cubos Academy.
De acordo com a edtech especializada na integração de mulheres no mercado de TI, os maiores desafios que essas profissionais enfrentam são os estereótipos de gênero, baixa representatividade e culturas empresariais que não priorizam a inclusão e participação feminina.
“É importante ressaltar que todos esses desafios impulsionam o receio de ingresso do público feminino na área de TI. Essas são barreiras sociais que não devem ser sustentadas. Um exemplo disso, é que na Cubos Academy as estudantes possuem um percentual de desistência inferior ao dos homens. Apenas 22,77% delas não concluem o curso, inferior aos 28,57% do público masculino’’, ressalta Fernanda.
Não é incomum que alguns estereótipos de gênero impulsionam a ideia de que os homens são mais inclinados a áreas de tecnologia, exatas e profissões que utilizem números e lógica, enquanto as mulheres, de acordo com esses pensamentos que levam em conta uma estrutura do imaginário social predominantemente conservador tendem a performar melhor em áreas de comunicação e humanas. Esses preconceitos estimulam o desinteresse do público feminino no processo de considerar o TI enquanto uma opção de carreira, conforme expõe a head de Experiência do Estudante da edtech.
‘’O que nós costumamos ver são mulheres surpresas quando descobrem que conseguem programar bem e ter uma excelente performance na área de tecnologia. Assim como tivemos que nos movimentar para pertencer ao ambiente acadêmico e democrático, por exemplo, precisamos entender que a área de TI também faz parte desse processo de empoderamento. Não existe nada que difere as habilidades femininas em TI da dos homens, precisamos parar de normalizar esse tipo de estereótipo que afasta milhares de mulheres talentosas de um setor que precisa de muitos talentos’’.
Embora exista um longo caminho a ser percorrido, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), apontou dados que ilustram o quanto a participação feminina no mercado de tecnologia cresceu. Nos últimos cinco anos, houve um aumento de 60% nos cargos de TI ocupados por mulheres.
‘’Na Cubos Academy além de promovermos iniciativas que estimulam mulheres a se interessarem pela área, contamos também com bastante representatividade feminina no nosso quadro de professores. No curso de UX/UI, por exemplo, temos seis pessoas instrutoras, sendo que cinco delas se identificam com o gênero feminino. Para além da teoria, entendemos o quão importante é para as alunas terem esse referencial de sucesso e performance’’, explica.
Os desafios para equiparar a participação feminina na área de TI ainda são muitos. No entanto, a profissional acredita que o movimento de alta nas contratações femininas serve de impulso para muitas outras mulheres que passam a se enxergar mais dentro da área.
“Nós temos uma taxa de empregabilidade feminina muito alta. Mais da metade das mulheres que se formam nos cursos de tecnologia da Cubos Academy estão empregadas. Para nós, esse é o maior indicativo de que estamos percorrendo um caminho muito promissor. Agora, o nosso maior desafio é fazer com que cada vez mais pessoas entendam que tecnologia é sim coisa de mulher”, finaliza.
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