As mulheres formam a maioria da sociedade brasileira, conforme dados de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No jornalismo, contudo, tal regra não se aplica. A força feminina ainda representa menos da metade do setor. Atualmente, 15.654 mulheres jornalistas estão empregadas em veículos de comunicação. Apesar de estar na casa dos milhares, o número representa somente 36,98% do mercado da imprensa no país. Isso porque há empregos ativos para 26.678 jornalistas do sexo masculino. Os dados foram colhidos do Workr, plataforma de comunicação corporativa desenvolvida pelo Comunique-se, em plena manhã desta sexta-feira, 8, Dia Internacional da Mulher.
Na proporção de mulheres trabalhando em meio de comunicação, televisão e rádio estão em lados opostos. A mídia de TV é a única em que representantes do time feminino compõem mais da metade dos campos disponíveis de trabalho. Entre canais abertos e pagos são 4.040 mulheres jornalistas empregadas, contra 4.007 homens — fechando a conta em 50,21%. Em emissoras radiofônicas espalhadas país afora, o resultado é totalmente diferente. São 11.182 homens trabalhando, enquanto há apenas 2.284 comunicadoras (20,5% do total). O mapeamento se refere apenas a cargos relativos a funções jornalísticas, como repórter, apresentadora e diretora de redação.
Depois da televisão, o meio online é o que mais emprega jornalistas mulheres no Brasil – levando em consideração números absolutos. Nessa divisão, elas são 3.838. Número que representa 42,46% do total da área, já que eles somam 5.202 empregados. Porém, quem proporcionalmente está mais próxima da presença feminina como na TV é a parte de revistas. Dos 3.366 jornalistas que atualmente estão atrelados a alguma empresa do setor, 48,46% são mulheres. São 1.736 homens e 1.631 comunicadoras. Com mercado incipiente por aqui, o núcleo de agências de notícias figura com equilíbrio entre gêneros, pois elas representam 47,67% (276 mulheres X 303 homens). Por fim, a divisão em jornal é a seguinte: 4.962 homens e 3.117 (38,58%) mulheres.
Jornalistas Empregados no Brasil | % de Mulheres | ||
Geral | Homem | Mulher | 36,98 |
42.332 | 26.678 | 15.654 | |
Empresários de Comunicação | |||
Geral | Homem | Mulher | 25,00 |
860 | 645 | 215 | |
Executivas de Veículos de Comunicação | |||
Geral | Homem | Mulher | 32,18 |
6.954 | 4.716 | 2.238 | |
Revista | |||
Geral | Homem | Mulher | 48,46 |
3.366 | 1.735 | 1.631 | |
Jornal | |||
Geral | Homem | Mulher | 38,58 |
8.079 | 4.962 | 3.117 | |
Televisão | |||
Geral | Homem | Mulher | 50,21 |
8.047 | 4.007 | 4.040 | |
Rádio | |||
Geral | Homem | Mulher | 20,50 |
14.066 | 11.182 | 2.884 | |
Internet (sites e blogs) | |||
Geral | Homem | Mulher | 42,46 |
9.040 | 5.202 | 3.838 | |
Agências de Notícias | |||
Geral | Homem | Mulher | 47,67 |
579 | 303 | 276 |
No geral, contabilizando todos os meios de comunicação a soma de empregos de mulheres ultrapassa o número de 15.564. O fato ocorre porque há jornalistas com mais de um emprego ativo na mídia. É o caso de Míriam Leitão. Integrante da galeria de “Mestres do Jornalismo” do Prêmio Comunique-se nas divisões falada e escrita da categoria ‘Economia’, ela colabora com quatro veículos mantidos pelo Grupo Globo. É comentarista do ‘Bom Dia Brasil’, na TV Globo. É apresentadora na GloboNews. Mantém coluna – impressa e online – em O Globo. E também é responsável pelo boletim diário ‘Dia a Dia da Economia’, que é veiculado pela rádio CBN.
Mulheres que comandam redação têm sido prestigiadas no Prêmio Comunique-se. Nos últimos quatro anos, três representantes do gênero feminino conquistaram a categoria ‘Executivo de Veículo de Comunicação’ do evento reconhecido por ser o “Oscar da Comunicação”. As recentes vitórias não simbolizam, entretanto, o mercado geral do país. Contabilizando os cargos de diretora, diretora de redação, editora-executiva, editora-chefe, redatora-chefe, presidente e vice-presidente, as mulheres são menos de um terço. Nesses postos de liderança são 2.238 mulheres. Montante que representa 32,18%, pois os gestores do sexo masculino são 4.716. A equipe feminina também é minoria como proprietárias de órgãos de comunicação social: 215 X 645 homens.
No geral, entre presenças nos meios e cargos de comando, as comunicadoras esperam que o desequilíbrio diminua o quanto antes — o que vai além de ter edições de telejornais ancorados somente por mulheres em datas como o 8 de março, por exemplo. Que de forma rotineira as redações espalhadas pelo país façam com que todo dia seja delas, mulheres jornalistas.
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