São Paulo, SP 16/9/2020 – Ao longo de 2020, o setor público seguiu contratando, mas, entre o emprego privado, o de saúde foi um dos únicos que continuou apresentando números positivos.
A cadeia produtiva da saúde segue como grande destaque na criação de empregos formais no País. Considerando os municípios analisados no “Relatório do Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde”, boletim mensal do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), o emprego saltou de 436,3 mil pessoas em abril para 458,7 mil em julho deste ano, um crescimento de 5,1%. Esses dados se referem a 264 municípios, que representavam 53% dos habitantes do País, para os quais o IESS levantou informações em abril e julho de 2020. O saldo positivo do setor privado em julho é o maior do ano.
José Cechin, superintendente do IESS, lembra que, ao longo de 2020, o setor público seguiu contratando, mas, entre o emprego privado, o de saúde foi um dos únicos que continuou apresentando números positivos. “A quantidade de empregos formais no País continua sendo afetada pela crise econômica que acompanha a crise sanitária desencadeada pelo novo Coronavírus. No entanto, começamos a ver uma alteração nesse movimento. O saldo líquido de emprego no mês de julho foi de 131.010, sendo o primeiro positivo desde fevereiro. Em junho, o número foi negativo em 10.984”, explica.
O saldo negativo do emprego no setor de Serviços segue puxado por subsetores impactados diretamente pela crise econômico-sanitária, com destaque para o de Alojamento e Alimentação, que inclui hotéis e restaurantes, com queda de aproximadamente 25 mil contratações, seguido de Educação, com 19 mil vagas a menos. O subsetor Saúde Humana e Serviços Sociais segue com resultado positivo. O saldo de 13.649 em julho foi o maior de 2020 até o momento.
Já na saúde pública, os municípios seguem registrando o maior crescimento do número de vagas com a alta de 5,1% em relação a abril deste ano. Esta é a variação observada nos 264 municípios que tiveram seus dados coletados tanto em abril quanto em julho de 2020. A região Sudeste possui 196,5 mil dos empregos municipais em saúde, o que corresponde a 43% do total. Já a região Norte conta com o menor número de postos na área, com 34,8 mil (8%).
“Interessante notar como os números estaduais e federais caminham na direção oposta. A região Sul registrou crescimento nessas duas esferas. Entretanto, as regiões Norte, Nordeste e Sudeste tiveram queda no âmbito Federal e aumento no Estadual. Na região Centro-Oeste o movimento foi contrário”, nota Cechin.
Na saúde pública dos Estados, havia 376,3 mil pessoas empregadas no mês de julho, o que representa um crescimento de 3,3% em relação a abril desse ano. As regiões Nordeste e Norte tiveram os números mais expressivos de crescimento, com 6,2% e 4,3%, respectivamente. Para se ter uma ideia, o emprego total nos governos estaduais nesse mesmo período apresentou crescimento de 0,7%. Entre os dados do estoque de emprego federal na área, o número de contratados na saúde pública foi de 243,6 mil, tendo apresentado crescimento de 1,4% em relação a abril. Enquanto nas demais regiões o emprego teve queda nesta esfera, o Centro-Oeste registrou aumento de 12,8% e o Sul teve crescimento de 2,8%.
“A contabilização dos empregos públicos em saúde nesse período de pandemia pela Covid-19 pode estar subestimada, dado que, para o rápido enfrentamento da doença, estados e municípios recorreram à contratação de entidades privadas para gestão de serviços públicos de saúde, sendo contabilizados no setor privado”, alerta José Cechin.
Vale lembrar que houve alteração no relatório neste ano. Desde janeiro, o Ministério da Economia substituiu o uso do Sistema do Caged pelo Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) para parte das empresas. Os dados do emprego formal no País ficam por conta do Novo Caged, que é composto por informações captadas dos sistemas eSocial, Caged e Empregador Web. A Secretaria de Trabalho também deixou de divulgar o emprego por classe CNAE e adotou a classificação utilizada pelo IBGE, o que impossibilita a extração dos dados da cadeia privada da saúde como nos últimos anos. As mudanças não impactaram o setor público.
Na nova versão do Relatório do Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde, a análise do segmento privado se restringe aos grupamentos de setores econômicos disponíveis no Novo Caged. No que diz respeito ao setor público, o levantamento do IESS é o único que coleta e divulga as informações de forma agregada. Por isso, ampliou sua base e agora conta com dados de 292 municípios, cuja população representa 56% do total nacional. Em abril, eram 264 municípios que representavam 53% dos habitantes do país.
O boletim completo pode ser acessado por meio do link http://bit.ly/Emprego_IESS
Website: http://bit.ly/Emprego_IESS
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