Apesar de amplamente utilizados na medicina para o tratamento de dor, os medicamentos opioides podem criar resistência nos pacientes que, por sua vez, podem acabar demandando doses cada vez mais altas, gerando riscos de dependência ou overdose. De acordo com os dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) divulgados em 2021, os Estados Unidos contabilizaram mais de 100 mil mortes por overdoses ligadas à venda ilegal de fentanil, um opioide com efeito analgésico, em um único ano, significando uma morte a cada cinco minutos.
No Brasil, um número considerável de pessoas fez uso de opioides nos últimos anos. Em 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou a venda de mais de 21 milhões de embalagens de analgésicos à base de ópio, e um total de mais de 14 milhões foram comercializadas só no primeiro semestre de 2021. Quanto aos dados históricos anteriores, em 2009, a venda prescrita de opioides nas farmácias foi de 1,6 milhão segundo a Anvisa, sendo que seis anos depois, em 2015, a venda desses medicamentos disparou para mais de 9 milhões.
“No consultório, ‘dia sim, dia não’ aparece um paciente que faz uso de opioides. Entre os que sofrem com distúrbios de sono e quadros de bruxismo noturno, por exemplo, há muitos que utilizam algum tipo de medicação para dormir”, diz o cirurgião-dentista Guilherme Martins, prescritor da plataforma gratuita de prescrição Receita Digital.
Segundo o Dr. Guilherme, como alternativa para enfrentar o risco de dependência e abuso destas substâncias farmacológicas, despontam as terapias à base de canabinoides. “Elas são compostas por princípios ativos de alta compatibilidade com o organismo humano, com ação analgésica e anti-inflamatória”, continua o cirurgião-dentista.
O especialista levanta alguns pontos a respeito do tema:
– Como a cannabis medicinal é capaz de se conectar aos receptores do organismo humano, ela desencadeia diversos efeitos positivos no tratamento de dores orofaciais, em casos de distúrbio temporomandibular (DTM), para o controle de úlceras bucais e no controle de ansiedade pré-clínica, que é o “medo do dentista”. Nesses casos, por exemplo, pode ser prescrito o uso de canabidiol (CBD), que é um ansiolítico ou o tetraidrocanabinol (THC), pelo poder analgésico que ele tem.
– Na terapia à base de cannabis, não basta simplesmente fazer a prescrição do produto e receitar ao paciente. Cada pessoa vai responder de uma forma diferente, então o acompanhamento é primordial para alcançar o sucesso.
– Há pacientes que já passaram por diversos tipos de tratamentos e mesmo com o uso de medicamentos alopáticos fortes, convivem com fortes dores por anos. Esse tipo de paciente, refratário, se torna resistente ao tratamento farmacológico habitual.
– Para reduzir o consumo e, em alguns casos, a dependência de opióides, é necessário entrar em contato com o médico prescritor e iniciar o tratamento terapêutico. Nestes casos, os que são à base de canabinoides atuam no sentido de reduzir a necessidade de o paciente usar aquele medicamento.
– Sobre os efeitos adversos do uso da cannabis medicinal, eles são bem pontuais e podem ser resolvidos com uma boa avaliação para detectar possíveis interações com outros medicamentos que o paciente possa estar tomando. Contraindicação absoluta a cannabis medicinal quase não tem, pois ela não causa efeitos adversos consideráveis e, principalmente, não traz dependência.
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