“Antigamente jornalistas se colocavam num pedestal acima do bem e do mal e com arrogância”. A frase foi dita por Roberto Cabrini durante conversa gravada ao ‘Luciana By Night’. Um dos profissionais mais premiados da imprensa brasileira, ele é o entrevistado da vez da atração semanal da Rede TV. Além de analisar a postura de colegas, o comunicador fala de fake news e relembra momentos de sua carreira. O resultado final será exibido a partir das 22h45 desta terça-feira, 18.
Sobre a disseminação de notícias falsas, o jornalista, que soma 35 anos de profissão, analisa que o bom comunicador pode tirar proveito da situação. Contando, inclusive, com ajuda do público. “As fake news valorizam nosso trabalho, porque as pessoas procuram quem é percebido pela população como tendo credibilidade para diferenciar o que é mentiroso daquilo que não é”, comenta Roberto Cabrini durante a interação com Luciana Gimenez.
Em meio à entrevista, o jornalista sinaliza a força paradoxal que as novas tecnologias têm. Por um lado, podem ser utilizadas como recursos para produção de conteúdo informativo (e até premiado). Por outro, servem de ferramentas para espalhar boatos e até questionar em tempo real o trabalho de comunicadores e veículos de mídia. “[Somos] confrontado com fatos e isso é bom”, pontua — no momento em que aborda a arrogância de colegas, que não tinha relação tão próxima e direta com o público.
Atualmente à frente do ‘Conexão Repórter’, do SBT, Roberto Cabrini já foi contratado da Rede Globo. Enquanto era funcionário da emissora da família Marinho, cobriu o fatídico Grande Prêmio da Fórmula 1 em Ímola, em 1994. A prova ficou marcada pelo acidente que culminou na morte de Ayrton Senna. Na ocasião, o plantão do canal foi acionado. E coube a ele dar a notícia em primeira mão ao público brasileiro. Memórias difíceis de se apagar. Tanto que diz: lembra do piloto todos os dias.
Curiosidade | Exibido às 12h40 (horário do Brasil) de 1º de maio de 1994, o plantão em que Roberto Cabrini informa a morte de Ayrton Senna ficou por muito tempo perdido nos arquivos da TV Globo.
Ao ‘Luciana By Night’, Roberto Cabrini reforça a certeza de que o inquérito sobre a morte de Ayrton Senna não foi justo. Para ele, que cobria a prova, o piloto brasileiro morreu na pista — não no hospital para o qual chegou a ser levado em Bolonha. O jornalista cita, ainda, como era lidar com o tricampeão em meio aos padoques da Fórmula 1. “Era uma relação profissional, nos respeitávamos muito, tínhamos momentos de descontração”.
Vencedor do Prêmio Comunique-se 2015 na categoria ‘Repórter – Mídia Falada’ e atual ganhador do Troféu UOL na disputa entre jornalistas, além de somar outras conquistas em sua trajetória na imprensa, Roberto Cabrini tem histórico de cobrir guerras e de entrar a fundo em temas relacionados à criminalidade. Os desafios encarados nesse tipo de trabalho também foram resgatados no ‘Luciana By Night’. “Treino todos os dias para ter emoção, porque a emoção faz com que você tenha sintonia com o público, mas sem perder a possibilidade de dar informações com precisão”.
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