O jornalista Léo Sant’Anna ingressou na Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS em 1996, no curso de Publicidade e Propaganda, estudou durante três semestres e trancou a faculdade. Dois anos depois retornou pretendendo se tornar assessor de imprensa. “Eu comecei a fazer teatro profissional na adolescência. Como o orçamento das peças era apertado, a gente fazia de tudo, incluindo produção e relacionamento com a imprensa. Foi assim que passei a frequentar redações, conviver com jornalistas e propor pautas. Na época, era divulgador, mas resolvi voltar para a Famecos e trocar a publicidade pelo jornalismo, para me profissionalizar e poder assinar os releases como assessor de imprensa”, conta.
Léo se sentiu em casa ao entrar na Famecos no primeiro dia de aula, a turma e os professores eram incríveis, lembra. Fala que aprendeu muito durante todo o curso, mas há aulas que permaneceram em sua memória e em sua vida. “Criterioso e exigente na correção dos textos, o Leonam me despertou visão mais apurada sobre como identificar a notícia em um emaranhado de informações. Mas, sem sombra de dúvidas, minhas maiores referências são a Cristiane Finger e a Lígia Tricot. A Lígia sabe tudo de televisão e foi a primeira professora que me acompanhou em gravação em estúdio. Ela me deu dicas e conselhos que sigo até hoje. Já a Cristiane foi minha guia no ofício da reportagem, quem mais acompanhou meu crescimento profissional”.
O comunicador também conta que teve a sorte de aprender com a professora tanto na faculdade, quanto no SBT de Porto Alegre, onde foi repórter da Cristiane durante quatro anos. Segundo ele, a profissional também o incentivou e apoiou sua transferência para o Rio de Janeiro.
A TV Foca, o antigo laboratório de televisão da Famecos, foi fundamental para seu crescimento profissional. Essa experiência proporcionou o passaporte para o mercado de trabalho. “Levei uma fita com as matérias da TV Foca na TV Assembleia e consegui vaga de estágio”. Para os atuais estudantes de jornalismo ele aconselha se reinventar todos os dias, pois o mundo da comunicação muda a cada segundo. Acrescenta ainda que não devem se fechar para novas oportunidades afirmando que se pode crescer onde menos se espera. “O jornalista do presente é multimídia: escreve, narra, grava e ainda posta; em vários momentos da carreira, você será desafiado a fazer tudo”.
O início do trabalho no mercado foi na produção de espetáculos de teatro. Foi assim que conheceu jornalistas e contatos com os quais se relaciona até hoje. Como repórter, a TV Foca foi seu passaporte, o seu trabalho no estágio da PUCRS rendeu outros estágios e, consequentemente, as primeiras contratações como repórter. Em 2008, Léo trabalhava há quatro anos no SBT de Porto Alegre, quando um telefonema, com proposta para ocupar vaga no Jornal do SBT no Rio de Janeiro, mudou o rumo de sua vida. Ele aceitou, mas confessa ter muita saudade da capital gaúcha.
Com 13 anos de experiência no SBT, o jornalista conta que em grande veículo de comunicação consegue ter acesso às principais notícias do país diariamente na fonte. “Pode fazer perguntas ao presidente, ao governador, entrevistar atores e músicos que sempre foram seus ídolos. Além disso, teve oportunidade de cobrir eventos únicos, como a Copa do Mundo, Olimpíadas, desabamento dos prédios na Cinelândia em 2012 e os protestos contra a corrupção em 2013. Isso sem contar as entrevistas exclusivas com Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Fernanda Montenegro, Robert Downey Jr, B.B. King e Billy Paul. Fica muito mais fácil e, ao mesmo tempo, fascinante entender como a história do país se constrói no dia a dia”, explica.
Por outro lado, ele afirma que um jornalista tem que doar sua vida, quase que integralmente, à profissão. “Repórter nunca sabe ao certo em que turno ou até que horas vai ter que trabalhar. A gente passa os feriados trabalhando e ainda tem que escolher entre natal ou ano novo para passar com a família. No meu caso, trabalhando em outro estado, isso é fica ainda mais difícil.”
Hoje, a tecnologia permite que Léo trabalhe como repórter de TV no Rio de Janeiro e atue como assessor de imprensa para eventos culturais no Rio Grande do Sul. Quando questionado sobre o que mais lhe encanta na profissão, ele fala que, apesar de ser clichê, o que mais o fascina é contar histórias. “Não há satisfação maior do que ver reportagem sua no ar, recheada de informações, com emoção na medida certa, visualmente bem construída e que mostre algo que possa mudar a vida das pessoas, seja por meio de exemplos ou denúncias”, conclui.
*Lenara Pothin. Integrante do projeto ‘Correspondente Universitário’ do Portal Comunique-se e estudante de jornalismo na Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Famecos/PUC-RS).
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