Estudo realizado pelo epidemologista John Ayers revelou que a série ‘13 Reasosn Why’, produzida pela Netflix baseada na obra de Jay Asher, acabou estimulando que jovens alimentassem ideias suicidas. De acordo com a pesquisa divulgada na segunda-feira, 31, as buscas na internet sobre formas de se matar cresceram 19% depois que a primeira temporada da produção foi veiculada. As informações são do Canal Tech.
A pesquisa revelada por meio de publicação científica da Associação Médica Americana analisou um grande buscador da internet, entre 31 de março – data da estreia da série – e 18 de abril. Foi considerado o volume de buscas de 20 termos ligados a suicídio, como a própria palavra e expressões como “como se matar”, “ideação suicida”, “prevenção ao suicídio” e “suicídio indolor”. O resultado do acompanhamento revelou que o lançamento da produção foi seguido do aumento na busca por esses termos.
Os resultados mostraram, ainda, que a maioria das pesquisas relacionadas se referia à construção da ideia suicida, sendo que a busca por “como cometer suicídio” teve aumento de 26% após a repercussão da série. As expressões “cometer suicídio” e “como se matar” tiveram aumento de 18% e 9% nas pesquisas, respectivamente. Por outro lado, termos que sugerem prevenção e ajuda para suicidas também foram mais buscados, com aumento de 20%.
Netflix e “binge watching”
Ao divulgar a série, a Netflix mostrou o que levou a personagem Hannah Baker a cometer suicídio, com intenção de que jovens se identificassem com a história e não cometessem o mesmo erro. Porém, o estudo de John Ayers acredita que a prática do “binge watching” – que significa assistir compulsivamente a uma série –, é algo com que o serviço de streaming colabora ao liberar todos os episódios de uma temporada, de uma só vez.
Os espectadores consomem o conteúdo sem pausas, sem poder debater a respeito por alguns dias até o próximo episódio, o que pode reforçar ideia pré-concebida de suicídio, no caso de ‘13 Reasons Why’. Assim, o estudo revela que a imersão na história e em suas imagens fortes pode ter efeito devastador em adolescentes, já que seus cérebros ainda estão no processo de desenvolver habilidades adultas, como a de conseguir inibir determinados sentimentos.
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