Em 2022, 73,6% do total da energia brasileira foi gerada por usinas hidroelétricas, 14,6% por eólicas, enquanto outras fontes como biomassa, pequenas centrais elétricas e solar somaram 11,8%, apontam dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Para driblar a dependência do país de chuvas para encher os reservatórios de usinas hidroelétricas, a norma internacional ISO 50001, Sistema de Gestão de Energia, surge como aliada, incentivando a utilização de fontes de energia alternativas e renováveis.
As crises hídricas são fenômenos não previsíveis e, em 2021, trouxeram um aumento próximo a 25% na conta de energia do brasileiro, trazendo prejuízos para sociedade e para empresas de diversos setores. Com a implementação da ISO 50001 em organizações é possível reduzir custos e consumo energético sem impactar na diminuição da produção, promovendo maior eficiência energética.
A norma também traz requisitos que possibilitam a redução nos impactos ambientais, a diminuição da emissão de gases de efeito estufa (GEE) para a atmosfera, reforçando a imagem da organização em relação às preocupações climáticas e auxiliando na instituição de práticas ESG (Environmental Social, and Corporate Governance) – em tradução, governança ambiental, social e corporativa.
“É ilógico seguir contando com chuvas que podem ou não ser suficientes para o abastecimento de usinas hidrelétricas”, pontuou Paulo Bertolini, diretor-geral da APCER Brasil. “Pensar em fontes alternativas e renováveis de energia é mais do que se preparar para o futuro, é estar pronto no presente”, completou.
A ISO 50001, com mais de 22.000 certificados emitidos, é reconhecida internacionalmente, e torna possível evoluir os resultados, utilizando a metodologia Plan, Do, Check, Act (PDCA) – planejar, fazer, checar e agir – que instaura um processo de melhoria contínua, sem estabelecer quaisquer exigências de desempenho energético.
Depois de um processo de implementação da norma, a organização deve contatar um organismo de certificação para iniciar a certificação. Será realizada uma auditoria para validar a conformidade da organização com os requisitos da norma e elaborado um relatório com a identificação de eventuais não conformidades e oportunidades de melhoria. Para as não conformidades identificadas, a organização terá de evidenciar a implementação de um plano de ação corretiva e, após essa execução, o organismo de certificação emite o certificado de conformidade ISO 50001. A certificação é válida por 3 anos, sendo necessário a realização de auditorias anuais de acompanhamento.
“O Brasil tem um clima propício para oferecer mais que duas opções de fontes de energia, seja solar, eólica, da força do oceano, entre outras. O ideal é aproveitar as possibilidades do país para que cada organização e pessoa escolha o melhor para sua realidade”, concluiu Paulo Bertolini.
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