Minha vida profissional começou há mais de 15 anos, na área de comunicação. Mas eu me lembro tão bem do meu primeiro dia de trabalho que parece que foi ontem. Ao chegar na empresa, vi os funcionários reclamando: alguns expressavam a frustração com a carreira, outros diziam o quanto odiavam a organização e os chefes e os demais falavam do descontentamento com a vida profissional no geral. Naquele dia, saí de lá com uma sensação horrível, mas tentei me convencer de que era algo restrito àqueles profissionais. Porém, conversando com amigos, colegas e conhecidos, descobri que esse sentimento era compartilhado por muita gente. Era como se o normal fosse nos sentirmos infelizes no trabalho.
Mas como eu poderia passar tantas horas da minha vida infeliz? E por tantos anos? Decidi que faria algo para mudar esse cenário. Comecei, então, a procurar formas de alcançar o sucesso profissional. Foi nesse momento que me surpreendi, porque sempre acreditei que o meu progresso no trabalho dependia muito da empresa onde eu estava e do(a) meu(minha) chefe. Afinal, se não houvesse oportunidade e permissão para uma promoção, ela nunca aconteceria. Mas, conforme eu agia para me tornar mais eficiente e trabalhar mais feliz, eu percebia que as mudanças precisavam ser feitas em mim e para fazê-las, eu tinha que me conhecer muito bem.
Uma ferramenta que me ajudou muito foi o diário – por ser da comunicação, escrever era um prazer, o que deixou essa atividade mais fácil. Quando fazia minhas anotações, eu conseguia avaliar o que funcionava e o que eu precisava mudar no meu dia a dia. Sempre que eu escrevia sobre uma situação negativa, eu me dava conta de que, embora outra pessoa pudesse ter causado o problema, eu poderia ter agido diferente para evitá-lo ou resolvê-lo mais rápido.
Outra atitude que me auxiliou bastante foi observar. Prestar mais atenção aos meus pensamentos e sentimentos ao longo do dia, me fez perceber quantos acontecimentos positivos eu vivia. A grande questão era que eu não os reconhecia ou deixava que os negativos e tensos me dominassem. Eu também passei a observar mais as outras pessoas e as melhores formas de agir com cada uma delas, sem deixar de lado minha personalidade. Isso me ajudou a construir relacionamentos mais colaborativos e, consequentemente, passei a trabalhar mais feliz e com mais eficiência. Confesso que essa parte foi um desafio, porque falar mais e ouvir menos era quase uma regra para mim.
A partir dessas novas atividades e mudanças de comportamento, comprovei como o autoconhecimento é importante e que só a com ele podemos tomar as melhores decisões. Assim, recomendo que você invista tempo e energia nele, mesmo que pareça não ter nenhuma conexão com a nossa vida profissional, já que costumamos relacionar o trabalho a atividades agitadas e que devemos fazer com pressa e sob pressão. Mas parar para se conhecer melhor é o primeiro passo para definirmos qual caminho queremos tomar em nossas vida, inclusive na profissional.
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