São Paulo 13/7/2020 –
A recente e compulsória migração de modelos de ensino presenciais para a modalidade à distância tem demonstrado a necessidade premente da transformação das escolas na forma de ensinar. Os atores deste novo palco aceleram a transição que já vinha sendo notada nos últimos anos, impulsionada pela digitalização dos conteúdos e pela mobilidade de sistemas de gestão de aprendizagem. O papel do professor transiciona de expositor para moderador. O dos alunos de espectadores para protagonistas.
Uma geração digital crescente em relevância nos meios acadêmicos e corporativos é percebida e esta não se sente confortável com aulas longas, com monólogos, com o modelo analógico. Seu ritmo de vida não permite que ele vá ao campus todos os dias por horas e, o que é fundamental, o aluno procura um processo de aprendizagem que se comunique com sua vivência no mundo e com o que o mercado de trabalho busca.
No outro lado desta relação estão os educadores, que, via de regra, são os que mais necessitam de suporte das suas instituições, do poder público, dos agentes de transformação digital, para dar conta dessa migração de modelos.
É um movimento inexorável este que deriva do advento do isolamento social e que deixará sua marca para além dos tempos de pandemia, após experimentado em sua amplitude de possibilidades tecnológicas e pedagógicas, de acompanhamento dos alunos, de personalização da aprendizagem, da educação por competências, de gestão educacional por indicadores de qualidade, além de tantas novas e necessárias abordagens que deixarão uma marca permanente na forma de educar e aprender.
Uma das estratégias que as instituições de ensino poderão adotar com sucesso para atender a essa demanda é o ensino híbrido. Esse modelo de ensino se apoia no melhor que cada uma das modalidades tradicionais tem a oferecer: a flexibilidade e universalização do ensino a distância, que permite ao aluno estudar segundo sua agenda, local e ritmo, e a profundidade e potência dos encontros presenciais com os professores e outros colegas.
A interação de alunos em cursos a distância, especialmente quando se utiliza um ambiente virtual de aprendizagem, pode trazer diversos benefícios, como o maior engajamento dos estudantes, melhor acompanhamento do progresso da turma, além da participação em atividades e fóruns de debate que colaboram para uma formação profissional que prevê habilidades duráveis e não apenas técnicas.
Além disso, o ensino híbrido pode tornar as instituições de ensino mais acessíveis, recebendo alunos que moram longe ou que tenham disponibilidade reduzida de horários, seja por trabalho ou motivos pessoais. Outro ponto muito importante frente à realidade brasileira é que ao deixar parte da carga horária online, pode haver uma redução nos gastos de infraestrutura, possibilitando oferecer uma mensalidade mais competitiva para o aluno, ao mesmo tempo em que é possível aceitar mais matrículas por curso.
O ensino híbrido possui características únicas, com metodologias ativas, que diferem do conceito já conhecido de semipresencialidade. Algumas ferramentas podem ser amplamente exploradas a fim de incluir os recursos tecnológicos para personalização e complemento das aulas. Ensinar por meio dessas ferramentas pode ser um passo significativo e estratégico para o processo de aprendizado orgânico e mais acessível, tanto para alunos quanto para o próprio educador. E ser acessível não é o único diferencial do modelo híbrido. Trata-se do formato que melhor se adapta à realidade dos alunos hoje.
Ministrar uma aula no modelo híbrido, com recursos tecnológicos, é uma verdadeira oportunidade de alcançar os alunos de maneiras antes vistas como difíceis ou impossíveis. A educação precisa de modelos disruptivos para uma economia igualmente dinâmica e constantemente inovadora. Trata-se de uma ótima ocasião para participar de sua evolução e de compartilhar experiências, entusiasmos e dedicação, para deixar o ensino mais atraente e mais acessível a uma quantidade cada vez maior de alunos.
Por Peterson Theodorovicz, Diretor da D2L Brasil
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