Rio de Janeiro 30/3/2021 – As roupas são nossa segunda pele. Devemos usá-las a nosso favor, ou seja, vestir peças que estimulem o estado e o humor que desejamos atingir
No auge da primeira onda da pandemia, em 2020, a estrategista em cognição do vestuário e imagem Sintya Motta percebeu uma nítida mudança em seu comportamento. Profissional da imagem, ela, assim como muitas mulheres, se viu às voltas com uma rotina totalmente diversa daquela que vivia até a chegada da Covid-19. Sobrecarregadas com demandas pessoais e profissionais, Sintya e muitas mulheres deixaram em segundo plano o autocuidado com a imagem. O impacto dessa conduta se refletiu na baixa autoestima e queda na produtividade.
Atenta a essa mudança de comportamento, a estrategista criou a campanha #40tenasempijama em sua rede social. Durante 40 dias postou looks alinhados com o seu momento de vida. O movimento feito pela profissional resultou em uma pesquisa com 60 mulheres de diferentes idades e classe social. A proposta era entender como elas se sentiam em meio a todo processo provocado pelo isolamento social e como essa situação afetava suas vidas. O resultado do estudo foi tão rico que ganhou um livro que está em fase final e será lançado em maio.
Pós-graduada em Consultoria de Imagem e Estilo, Sintya Motta explica que o resultado da pesquisa sacramentou o que os psicólogos americanos Adam e Galinsky detectaram no primeiro estudo sobre o tema. Batizada de enclothed cognition, cognição do vestuário, a investigação dos pesquisadores mostrou que as roupas exercem um estranho poder sobre quem as veste. A tese foi reforçada por outras pesquisas realizadas nos Estados Unidos, Europa e Ásia, mas ainda é pouco conhecida no Brasil.
As pesquisas mostram que o vestuário, em congruência com a essência da mulher, e combinado com sua adequação ao papel profissional que ela desempenha, contribui não apenas para a melhora da autoimagem, como também para a realização das atividades profissionais e pessoais.
“Antes de realizar a #40tenasempijama estava me sentindo em desacordo com a minha imagem. Minhas atividades esportivas e profissionais passaram a ser feitas em casa e isso me desmotivou muito, passei a me vestir de forma descuidada. Com a campanha, voltei a me vestir alinhada com a minha essência. A cada dia publicava uma foto do meu look nas mídias sociais com uma reflexão de como estava me sentindo”, lembra a estrategista.
Sintya Motta conta que, com o passar dos dias, voltou a se sentir mais motivada e produtiva. E começou a receber mensagens de encorajamento e de agradecimento de muitas mulheres. As seguidoras da estrategista também relatavam que estavam se sentindo mais inspiradas e motivadas a cuidar de suas imagens depois que voltaram a se vestir melhor.
“Quando realizamos o ato de vestir, sequer imaginamos que as roupas que estamos usando passam mensagens de quem somos. Ter dividido com outras pessoas a jornada de me vestir em harmonia com a minha essência e objetivo de vida manteve minha autoimagem positiva mesmo vivendo esse momento tão desafiador da pandemia”, diz Sintya.
A estrategista em cognição do vestuário e imagem explica que seu objetivo ao lançar o livro é contribuir com uma reflexão sobre o quanto ato de vestir permite a uma pessoa que ela se expresse por meio das roupas e dos acessórios que coloca sobre o corpo diariamente.
“Será que desperdiçamos diariamente a oportunidade de olhar para o nosso guarda-roupa e dizer: que roupa vestirei hoje para mostrar ao mundo quem eu sou,” indaga.
Sintya Motta explica que as roupas têm símbolos e que o cérebro é capaz de fazer uma leitura imediata da simbologia que elas transmitem. A partir dessa leitura, ela acredita que as pessoas são estimuladas a adotar atitudes que remetem à roupa que estão usando.
“As roupas são nossa segunda pele. Devemos usá-las a nosso favor, ou seja, vestir roupas que produzam o estado e o humor que desejamos atingir. Elas, certamente, vão contribuir para que você melhore sua autoimagem e eleve sua produtividade diária”, conclui a estrategista.
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