10/7/2020 –
Desde que o mundo é mundo, as brigas por poder são mais acirradas do que a própria briga pelo dinheiro. Mesmo que, para alguns, uma coisa acabe, consequentemente, levando à outra, o poder acaba sendo sempre o foco principal de pessoas e empresas que querem ser lembradas por um determinado feito.
No entanto, toda a exposição e grandes volumes em tudo acabam trazendo diversos problemas – inclusive judiciais – para os poderosos. Normalmente fala-se de milhares: milhares de pessoas, milhares de funcionários, milhares e milhares de reais e, claro, milhares de processos, batalhas judiciais e escândalos os envolvendo.
E para tentar conter os possíveis danos causados por toda essa demanda e exposição, os poderosos são obrigados a recorrer a um dos profissionais mais essenciais para a manutenção da democracia: o advogado.
Mas qualquer advogado não serve para esses verdadeiros “tubarões”. A depender do caso em que se envolvem, eles possuem os mecanismos, conhecimento e claro, o bolso para contratar os melhores que o dinheiro pode proporcionar, cada um dentro da sua respectiva área de atuação.
Talvez um dos casos mais conhecidos pelo público em geral, seja o processo da operação “Lava-Jato”. A operação desbancou diversos desses poderosos que estavam, segundo as denúncias, envolvidos em um esquema bilionário de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro.
A “Lava-Jato” evidenciou ainda mais advogados que já eram conhecidos nacional e internacionalmente, mas também levou luz sobre aqueles que, até então, eram um pouco mais desconhecidos. São os chamados “advogados emergentes” que, com a exposição midiática proporcionada pela maior operação anticorrupção do Brasil, tornaram-se novos grandes advogados, como foi o caso de Adriano Bretas, o jovem criminalista que estampou a edição de novembro/2017 da revista Veja que trazia o título “Os novos ricos da Lava-Jato”, com o advogado saboreando um charuto cubano de R$ 350,00 a unidade.
Excelente exemplo da chamada “grife de advogado” é Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay. Listado entre os 15 advogados mais poderosos do Brasil pelo Globo.com, Kakay é um dos mais respeitados – e mais caros – advogados do país. Muito se especula, mas não se sabe ao certo quanto custam os honorários do jurista, mas especula-se a casa dos milhões.
Nelson Willians também está na lista dos advogados poderosos que atuam a favor de clientes poderosos. Assim como no caso de Kakay, é sinônimo de “ostentação” ter um processo judicial assinado por ele.
No entanto, não é somente a “Lava-Jato” que evidencia, periodicamente, novos bem-sucedidos. Outros processos de grande repercussão também ajudam a “alavancar” a carreia de advogados, como o caso do criminalista Ilmar Muniz, responsável por defender e, na maioria das vezes, livrar clientes de duras penas, como o caso em que atuou no interior de São Paulo, coincidentemente, envolvendo a política.
Assim como Adriano Bretas, o criminalista também teve uma grande exposição e aumento de procura por poderosos mas, ao contrário de Bretas, que trocou uma sala de 40 metros quadrados por um andar inteiro, Ilmar Muniz foi na contramão, apostando no que chama de “boutique jurídica”, dividindo-se entre os casos de grandes e poderosas empresas para as quais hoje presta assessoria jurídica e também o grande volume de ações de menor porte, de clientes comuns, de todos os estados do país, não apenas na esfera criminal.
Seja com charutos caros, helicópteros, jatos particulares ou até mesmo a simplicidade de uma bermuda e camisa florida no Superior Tribunal Federal, cada um à sua maneira, esses advogados podem também ser considerados os “poderosos do direito”, cujo trabalho é defender outros poderosos de diversos segmentos.