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O que há de mais atual no setor logístico?

O conjunto de ações que se baseiam em tecnologias emergentes que afetaram o transporte atual e o gerenciamento das cadeias de suprimento, modernizando máquinas e sistemas, fazem parte da quarta geração da logística, conhecida como Logística 4.0. Já a Logística 5.0 dá continuidade a esse processo com um fator importante: a valorização do ser humano em todo o trabalho, a sustentabilidade e a economia circular, que elimina a produção de resíduos, permite que produtos e materiais circulem (e em seu valor mais alto) e foca na regeneração da natureza.

“A pandemia acelerou o que já se preconizava ser a quinta geração da logística, chamada Logística 5.0”, explica o engenheiro Leonardo Benitez, sócio da Connexxion Consulting – consultoria especializada em Supply Chain Management – Logística. Segundo ele, com limitações para se sair de casa, houve um incremento nunca visto anteriormente na demanda logística e se percebeu que somente avanços tecnológicos, sem a otimização do trabalho humano e sustentabilidade, não seriam suficientes.

“O incremento rápido, repentino e substancial da demanda, num primeiro momento, teve como consequência um problema entre empresas, que tiveram de agir em diversas frentes. Entre os principais desafios, podemos destacar: atrasos, bloqueio de mercadorias, escassez de recursos e, principalmente, equipes despreparadas”, afirma Benitez. De acordo com o executivo, toda essa movimentação fez com que a Logística 4.0 fosse consolidada de uma vez e se partisse para a quinta geração.

O profissional elucida que os avanços promovidos pela Logística 4.0 continuam ocorrendo, mas com um adendo vital, característico da Logística 5.0: a valorização do fator humano e da sustentabilidade.

Benefícios da Logística 5.0:

Para as corporações, a Logística 5.0 apresenta potencialização de tecnologia e do fator humano. Já para os profissionais, significa maior valorização deles e da qualidade de vida para todos.

  • A tecnologia continua em acelerada evolução, como instalada pela quarta geração (veja abaixo alguns pontos a respeito). Contudo, agora, condicionada às necessidades dos colaboradores;
  • Com foco na valorização profissional, empresas conseguem atrair e, principalmente, reter talentos;
  • Questões sociais aliadas ao desenvolvimento tecnológico com vistas à qualidade de vida;
  • O foco na sustentabilidade e economia circular faz com que o ser humano e o meio ambiente sejam fortemente beneficiados;
  • Redução de custos, de falhas e de tempo, aumentando-se, como consequência, a produtividade e a lucratividade em todos os campos, numa relação ganha-ganha;
  • Como resultado, temos uma indústria mais competitiva, que atende melhor as demandas do mercado com uma sociedade mais saudável, equilibrada e sustentável.

Reforçando as principais tecnologias emergentes que continuam a se desenvolver, o engenheiro Jobel Corrêa, consultor-sênior da Connexxion Consulting, elenca as principais da Logística 4.0. São elas:

  1. Internet das Coisas (Internet of Things, IoT). A IoT une o mundo virtual da tecnologia da informação ao mundo real “das coisas”. Algumas aplicações da IoT na logística são: o gerenciamento de armazéns, fornecendo uma plataforma de armazenamento colaborativo que facilita o compartilhamento de espaço físico e de informações logísticas por várias empresas, ajudando-as a rastrear o inventário de forma eficiente, melhorando a rastreabilidade e transparência das operações; o monitoramento de tráfego, usando os recursos de detecção por dispositivos GPS instalados em veículos e em comunicação constante via uma rede de dispositivos IoT e, por fim, a gestão de frota, uma parte crítica do setor de transporte e logística, envolvendo a movimentação de ativos e equipamentos, a fim de manter e gerenciar o transporte e a frota, diminuindo custos e economizando tempo, pois os dispositivos IoT fornecem informações em tempo real sobre as condições da frota e de cada veículo individualmente.
  2. Big Data Analytics (BDA). O BDA é especialmente relevante para a logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos pois fornece as ferramentas para apoiar a tomada de decisões em ambientes cada vez mais globais e dinâmicos. Porém, essa mesma relevância cria enormes desafios para as organizações que gostariam de colher os benefícios da análise desse fluxo maciço de big data, como: tendências de mercado, padrões de compra de clientes, ciclos de manutenção, formas de reduzir custos e possibilitar decisões de negócios mais acertadas. O BDA envolve novos e potencialmente valiosos conjuntos de dados utilizando métodos de análise descritiva e preditiva.
  3. Contratos e registros de transações formam a base do nosso sistema econômico, legal e político, protegendo ativos, estabelecendo limites organizacionais e verificando identidades e eventos transacionais, governando as interações entre nações, organizações, comunidades e indivíduos. A tecnologia blockchain, popularizada pela moeda digital Bitcoin, é caracterizada como um banco de dados distribuído, descentralizado e de código aberto usado para armazenar informações de transações. O potencial da tecnologia blockchain na logística está no registro da complexidade das entregas feitas constantemente em todo o mundo, com vários atores envolvidos no processo, com canais diferentes para fluxos de informação e comunicação.
  4. Impressão 3D. A manufatura aditiva, também conhecida como impressão 3D, é uma tecnologia emergente que pode transformar a cadeia de suprimentos, permitindo que se fabriquem produtos personalizados sem incorrer em quaisquer penalidades de custo na fabricação, já que nem ferramentas tampouco moldes são necessários. Usadas originalmente para prototipagem rápida, atualmente as tecnologias de impressão 3D tem assumido uma parte importante dos processos de manufatura, tornando viável economicamente, em alguns casos, imprimir localmente produtos finais, evitando o estágio de distribuição física deles. A tecnologia de impressão 3D permite que os usuários criem produtos altamente complexos a partir de uma grande variedade de materiais, podendo reduzir o número total de componentes que devem ser montados para criar um produto acabado.

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