O trabalho mais difícil do mundo… – por Higor Gonçalves

#EspecialDiaDasMães

No período dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, a Procter & Gamble (P&G) lançou uma campanha mundial em que filhos de diversas nacionalidades – incluindo um brasileiro – agradeciam os esforços que as suas mães fizeram para ajudar a torna-los atletas bem sucedidos.

Quando vi o comercial pela primeira vez, lembro que parei diante da tela meio emocionado. Enquanto assistia à propaganda, fui “voltando no tempo”, recordando episódios da minha própria história ao lado da minha mãe: de momentos de alegrias e tristezas, batalhas e glórias, e do que precisamos enfrentar para nos tornar quem, de fato, somos.

E sempre fomos nós dois. Filho único de pais separados, a vi assumir duplas jornadas. Isso mesmo! No plural: de executiva, das 8h às 18h, à dona de casa, nas “horas vagas”. De secretária, durante a semana, à médica, professora e contadora de histórias nos intervalos. De mãe, o que ela é; a pai, o que, por vezes, ela também resolveu ser.

Com a minha mãe, involuntariamente, aprendi a primeira “lição” de jornalismo: que o trabalho mais difícil do mundo é o melhor trabalho do mundo.

Ela me ensinou que a vida, assim como a trajetória profissional, nada mais é que uma construção diária. Com a minha mãe, ainda pude aprender a nutrir valores que fazem uma enorme diferença no enfrentamento do dia a dia: a ser esforçado, ter compromisso, ser resiliente, não deixar nada pela metade e procurar fazer bem feito tudo o que me propuser a realizar.

Se essas não são “lições” reais de jornalismo, não sei o que mais poderia ser.

Também com ela, aprendi a ter foco nos objetivos, sem esquecer os detalhes; a oferecer o melhor de mim, exigindo sempre o mesmo. Aprendi que se deve respeitar todas as pessoas, independente de circunstâncias. E jornalismo é gostar de pessoas. Saber escutá-las (não apenas ouvi-las) e se importar, verdadeiramente, com os seus dramas.

Não acredito em coincidências. Não é à toa, aliás, que a minha mãe se chama Soledade; para os mais próximos, Sol – fonte de energia inesgotável. E é, exatamente, o que ela representa para mim: uma estrela poderosa, aguerrida, que conquistou o “céu” à custa de esforço e obstinação. Uma estrela formosa, singular; a mais nobre e brilhante da minha constelação.

Certa vez, ela me deu um conselho: “Sempre que tiver algo positivo pra falar sobre alguém, diga à própria pessoa; não guarde pra você. Pode fazer uma baita diferença no dia dela. Pode torna-lo infinitamente melhor. E é sempre bom, Higor, tornar o dia de alguém infinitamente melhor.”

E é, exatamente, o que tento fazer aqui.

Uma historinha rápida:

No dia da minha formatura do ABC, aos cinco anos, lembro que, mais cedo, havia recebido um telegrama de alguém querido. Foi o meu primeiro telegrama na vida. E que eu pude ler sozinho porque já estava alfabetizado, antes mesmo de concluir a alfabetização. Na carta, a seguinte mensagem: “Higor, que esta seja a primeira de muitas formaturas. Parabéns, Cleonio!”

Alguns anos se passaram e aquela, de fato, foi a primeira de outras formaturas: me graduei em Jornalismo, curso que sempre quis fazer. Realizei a primeira pós-graduação em Comunicação Mercadológica e Marketing do Consumo, um curso incrível, que “abriu os olhos” para o sensacional mundo do marketing. Fiz a segunda pós em Assessoria de Comunicação, um aprofundamento prático a conceitos maravilhosos aprendidos ainda na graduação. E concluí um MBA em Gestão Estratégica de Marketing, que veio consolidar todos os aprendizados anteriores.

Mas, o que quero falar com tudo isso? Que as palavras têm poder. Muito poder. Que o quê se afirma, com convicção, de fato acontece. Eu tive o privilégio de contar com amigos como o querido Dr. Cleonio, que já é falecido. E de uma mãe “fada”, que sempre me incentivou a estudar, a aprender novas habilidades e a descobrir novos horizontes. Pessoas otiministas por essência e definição. Pessoas inteligentes. Pessoas que sabiam que o ser humano é aquilo que ele pensa (e fala) 24 horas por dia.

Em algumas ocasiões, a Soledade fala que sente orgulho de mim. Na verdade, é o contrário: sou eu que me sinto honrado em tê-la como mãe.

Obrigado, “Sol”: pela vida, pelos ensinamentos; pela Luz.

Obrigado, mãe. Por tudo!

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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