Eliane Gonçalves*
A obra do sambista Adoniran Barbosa agora é patrimônio histórico e cultural paulistano. A Câmara de Vereadores da cidade aprovou o projeto de lei que garantiu o título.
Segundo o texto aprovado pelos vereadores, cabe ao município de São Paulo garantir a preservação de toda a obra do artista, incluindo composições e poesias.
Adoniran é o pseudônimo de João Rubinato, o filho de imigrantes italianos que nasceu em 1910 no interior de São Paulo e trabalhou como garçom, entregador de marmitas e encanador. Ele começou a carreira artística como ator de comedias em emissoras de rádio nos anos de 1940, mas foi como compositor que ganhou notoriedade.
Os sambas de Adoniran são marcados por letras que repetem a linguagem usada nas ruas, por gente simples, e distante da gramática formal. Composições como o Samba de Arnesto.
Suas canções foram gravadas por estrelas da MPB como Elis Regina, Gal Costa e Vinicius de Moraes e ajudaram a lançar os Demônios da Garoa, ainda hoje, um dos grupos mais tradicionais do samba paulistano. Ao narrar o cotidiano, algumas canções acabavam por fazer críticas sociais, como a cena do despejo em Saudosa Maloca.
O projeto que garantiu o título de patrimônio histórico e cultural foi apresentado pelo vereador Toninho Paiva, do PR, que entre as justificativas para a propostas argumentou que Adoniran retratou com maestria o cotidiano do paulistano. Adoniram morreu em 1982, aos 72 anos.
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