São Paulo, SP 21/5/2021 – Lançado em 2015, Caminhos Cruzados foi a primeira publicação a contar e analisar desde a origem até a influência deste grupo idealista de judeus.
O presidente Barack Obama quando instituiu o Mês da Herança Judaica, o fez em homenagem a esse grupo de judeus vindos de Pernambuco: “Trezentos e cinquenta e oito anos atrás, um grupo de 23 refugiados judeus fugiu de Recife, Brasil, assolado pela intolerância e opressão. […] Quando esses homens, mulheres e crianças desembarcaram em Nova Amsterdã – o que mais tarde se tornou a cidade de Nova York – eles encontraram não apenas um porto seguro, mas os primeiros fios de uma tradição de liberdade e oportunidade que uniriam para sempre sua história à história americana.”
Até a chegada na cidade que é hoje considerada a capital do mundo, foram 15.000 km e mais de 160 anos de duras provações e perseguições. Uma aventura que começa com a expulsão dos judeus da Espanha, em 1492, passa pela ida deles para um Recife holandês dentro de um Brasil lusitano e termina em 1654, com a jornada desses judeus de Pernambuco para Nova Amsterdã, rebatizada depois pelos colonizadores ingleses como Nova York.
Esses obstinados judeus do Recife deixaram uma marca importante no novo território. Em Nova Amsterdã, eles fundaram a congregação Shearith Israel, a primeira e a mais antiga congregação judaica dos Estados Unidos da América. Além disso, o grupo não só tem ligação com as origens da famosa Wall Street, como descendentes de seus membros estão entre os fundadores da Bolsa de Nova York, em 1792, com sede na própria “Rua da Muralha”. Em 1855, um dos mais importantes hospitais de Nova York, o Mount Sinai, foi fundado com a participação da nova geração dos judeus vindos de Recife. Inclusive, a primeira reunião do conselho de fundadores do, hoje famoso, hospital foi realizada na congregação Shearith Israel.
Outra descendente importante deste grupo é a poetisa Enna Lazarus, autora do poema “O Grande Colosso”, escolhido para ornar o pedestal da Estátua da Liberdade em 1886 e cujo verso mais famoso virou símbolo do país das oportunidades:
“Dai-me vossos pobres fatigados,
As multidões que por só respirarem livres zelam,
Resíduos miseráveis dos caminhos fervilhados.
Mandai-os a mim, desabrigados, que a minha vela
Os guiará, calmos, através dos portões dourados!”
Mais do que tudo isso, esse grupo de judeus foi importante pelo seu pioneirismo no Novo Mundo: “Esses 23 predestinados abriram o caminho para milhões de seguidores. Durante os três séculos seguintes, os judeus de todo o mundo começaram a construir novas vidas na América.” — enfatizou o presidente Obama.
A jornada desses pioneiros nessas dezesseis décadas, é tão rica que se entrelaça com a própria história do mundo nos séculos 16 e 17: o surgimento da Espanha unificada, a ascensão e queda do império português, o surgimento da Holanda como potência comercial, os desdobramentos da Reforma Protestante, a presença nefasta da Inquisição nos domínios da Igreja Católica, a exploração das colônias nas Américas, a invasão holandesa em Pernambuco e a retomada do território por Portugal.
Esta história épica é justamente o ponto central do livro Caminhos Cruzados, A vitoriosa Saga dos Judeus do Recife — Da Espanha a Nova York de Paulo Carneiro, que está em sua terceira edição. Lançado em 2015 na II Feira do Livro Judaico em Português, foi a primeira publicação a contar e analisar desde a origem até a influência deste grupo idealista de judeus. Em 2018, o livro foi escolhido pela carnavalesca Rosa Magalhães para inspirar o enredo da Escola de Samba Portela no carnaval carioca de 2018 e teve recepção consagradora no Museu da Inquisição em Minas Gerais. Em 2019, Carneiro ganhou nos Estados Unidos o prêmio Israel and Me, concedido pelo CAM (Combat Anti-Semitism Moviment), por sua contribuição ao resgate da justiça histórica.
Caminhos Cruzados resgata de forma concisa e leve toda a saga, a começar pela expulsão dos judeus da Espanha pelos reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela em 1492 — ano que coincide com a descoberta da América por Cristóvão Colombo. Em seguida mostra os judeus em fuga para a França, Itália e Holanda, depois de instalada a Inquisição. Segue com a invasão holandesa em Pernambuco, palco da formação da primeira comunidade judaica do Novo Mundo e da primeira sinagoga das Américas, a Zur Israel, no Recife. O livro então relata a expulsão de holandeses e judeus do Brasil, para depois acompanharmos a chegada desses 23 pioneiros à América do Norte. O livro não para por aí: analisa também a situação dos judeus na Europa após a queda do Brasil holandês e o sucesso dos descendentes da diáspora ibérica, no Velho e no Novo Continente.
Segundo o autor, “‘Caminhos Cruzados’ recupera um capítulo importante da história do Brasil, geralmente ofuscado pelo brilho da corte de Maurício de Nassau”. Da obra, Paulo Carneiro destaca as narrativas da conversão forçada dos judeus em Portugal, a resistência à Inquisição, o oásis de liberdade no período de Nassau no Nordeste e as marcas culturais fincadas ao longo de toda essa jornada.
O jornalista Reinaldo Azevedo define bem o livro em seu prefácio: “A narrativa de Carneiro é rigorosa, didática e ágil. Lê-se o livro a um só tempo, como um manual — nele estão elencados os fatos, as datas e as personagens que compõem o painel de um tempo -, mas também como um libelo de resistência. Em Caminhos Cruzados – e assim foi e tem sido na vida -, ser judeu implica ser um igual para manter a diferença. O próprio autor, note-se, é descendente de cristãos-novos, daqueles que ficaram no Brasil povoando, então, as suas “vastas solidões” e mantendo a sua fé em silêncio.”
É um relato histórico que precisa ser contado e recontado para que nunca caia em esquecimento.
Mais informações no site: https://oscaminhoscruzados.com.br
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Livro Digital: https://www.amazon.com.br/Caminhos-Cruzados-vitoriosa-Judeus-Espanha-ebook/dp/B0937LZWN6/
FICHA
Caminhos Cruzados – A vitoriosa Saga dos Judeus do Recife
3ª edição – 2021
Paulo Carneiro
216 páginas
Website: https://oscaminhoscruzados.com.br
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