Estudos conduzidos por um grupo de pesquisadores de referência mundial na área da surdez demonstram que o impacto de uma alteração na audição, quando não tratada, vai muito além das dificuldades na comunicação.
Uma perda auditiva pode ser leve, moderada, severa ou profunda. Independentemente do grau, suas consequências são tão complexas quanto as atividades do dia a dia que necessitam do uso da comunicação. A complexidade da perda auditiva também está relacionada ao seu impacto. A audição é, de muitas maneiras, um sentido social, e a perda auditiva pode ter um impacto fundamental na comunicação com os outros e na conexão com eles.
A perda auditiva também pode afetar a capacidade de monitorar mudanças no ambiente acústico, impactando potencialmente na sensação de segurança. Em outras palavras, a perda auditiva pode ter um impacto no bem-estar da pessoa com a audição comprometida.
Embora a perda auditiva e seus desafios de comunicação associados possam impactar essas dimensões centrais do bem-estar, evidências crescentes mostram que a reabilitação auditiva pode trazer benefícios nos mesmos três domínios. Uma das principais estratégias de tratamento para perda de audição é o uso dos aparelhos auditivos e a terapia fonoaudiológica para aprimoramento das habilidades de audição e comunicação.
Bem-estar social e emocional
Os seres humanos são criaturas sociais e acima de muitas coisas, valorizam a conectividade. Ter laços sociais de apoio está associado a melhores resultados de saúde, como maior expectativa de vida, melhor saúde física e melhor saúde mental. Um dos mais longos estudos longitudinais já realizados sugere que a saúde cognitiva e emocional no envelhecimento pode ser mediada por relacionamentos bem-sucedidos, com pessoas importantes, no trabalho ou em uma comunidade, por volta da meia-idade.
E nesse sentido, a adoção às tecnologias que restabelecem a audição contribuem de maneira significativa para a melhora da qualidade de vida como um todo. “O uso dos aparelhos auditivos é um cuidado que vai muito além da retomada da capacidade de comunicação. Ouvir bem é aspecto essencial para manutenção da qualidade de vida. Os aparelhos estão cada vez menores e mais tecnológicos, integrando-se às necessidades da vida moderna para facilidade do usuário”, refere Talita Donini, gerente de produtos estratégicos da Phonak, uma empresa suíça que produz tecnologias para audição.
Referências:
1 Kramer, S.E., Kapteyn, T.S., Kuik, D.J., & Deeg, D.J.H. (2002). The association of hearing impairment and chronic diseases with psychosocial health status in older age. Journal of Aging and Health, 14(1), 122-137.
2 Vas, V., Akeroyd, M. A., & Hall, D. A. (2017). A data-driven synthesis of research evidence for domains of hearing loss, as reported by adults with hearing loss and their communication partners. Trends in Hearing, 21: 1-25.
3 Loughrey, D.G., Kelly, M.E., Kelley, G.A., Brennan, S., & Lawlor, B. A. (2018). Association of Age-Related Hearing Loss With Cognitive Function, Cognitive Impairment, and Dementia. JAMA Otolaryngology-Head & Neck Surgery, 144(2), 115-126.
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