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Pandemia revela sentimento de insatisfação com a Filantropia Global, destaca Relatório de Centro da Universidade de Cambridge

São Paulo – SP 4/2/2021 – “Espero que possamos em breve presenciar o surgimento de uma nova economia, alinhada a uma nova moral”

É preciso ter um olhar ao que acontece não apenas no Brasil, mas em todo o mundo e como as relações se dão em esfera global, para encontrar saídas neste momento desafiador que enfrentamos. “Investir na criação de redes de mobilização, ações de impacto local, aproximação dos diversos setores e agentes sociais, união de esforços em torno de iniciativas inovadoras, entre outras ações, são direcionamentos que seguimos e compartilhamos para viabilizar resultados que ampliem e possam escalonar as transformações”, afirma Carola Matarazzo, diretora-executiva da ONG Movimento Bem Maior, defendendo a importância da filantropia estratégica, base do trabalho do Centro da Universidade de Cambridge. “Mais do que nunca vivenciamos um momento em que a filantropia precisa voltar-se a essa amplitude de processos, ir além do superficial e avançar, aprofundando-se para transformar as relações entre governo, sociedade civil, entidades, filantropos, todos os agentes envolvidos, promovendo a sustentabilidade do impacto social”.

Relatório do Centre for Strategic Philanthropy at University of Cambridge Judge Business School demonstra que há um sentimento profundo de insatisfação com a filantropia global. O documento Filantropia e covid-19: o equilíbrio de poder Norte-Sul está finalmente mudando?, publicado recentemente, aponta que é preciso abordar as desigualdades na relação filantrópica entre Norte e Sul, questionando as definições para alocamento de recursos. A pesquisa foi realizada através de entrevistas com organizações e fundações globais do Sul durante a pandemia.

Apesar do foco principal voltado a questões na esfera macro ligadas ao setor, o documento chama atenção para alguns efeitos positivos do momento atual que podem indicar caminhos. “O trabalho do Centro de Filantropia Estratégica, reforça o trabalho do ecossistema filantrópico que estamos realizando no Brasil”, destaca Carola.

Ela cita como exemplo as lições indicadas pelo relatório, essenciais para a gestão das entidades: fortalecimento das redes de financiamento para melhorar a infraestrutura e ampliar o conhecimento; estreitamento das parcerias dos governos e filantropos; e aumento da resiliência, com financiamento não apenas de projetos específicos, mas dos custos principais das instituições.

Clare Woodcraft, diretora executiva do Centro, participou da primeira edição do Diálogos do Movimento Bem Maior, que reuniu líderes e especialistas para discutir a Filantropia Estratégica no Brasil e no mundo. Durante o webinar, a britânica explicou que o Centro tem conseguido articular ações de grande interesse das pessoas e organizações nos mercados em crescimento, como o Brasil. “Muitas pessoas têm interesse em informações, mas não há dados sobre economias emergentes e identificamos que era uma lacuna para a compreensão de como o capital filantrópico pode ser usado nesses mercados e suas necessidades, as melhores práticas, quais setores precisam de ajuda. Acreditamos que esta é uma questão sistêmica, porque se não temos dados, informações e pesquisa sobre filantropia, sobre quem está colocando dinheiro e onde, é muito difícil melhorar na prática. Estamos trabalhando para ajudar a maximizar o impacto social do capital filantrópico”.

“Espero que possamos em breve presenciar o surgimento de uma nova economia, alinhada a uma nova moral, como tenho dito, baseada em valores e na consciência da responsabilidade de cada um no processo evolutivo da nossa sociedade e pais, conclui Carola. Dentro deste contexto, a Filantropia Estratégica passa a ser uma grande aliada para as empresas que buscam fazer parte e viabilizar as inovações necessárias para a criação dessa nova economia.

Website: http://www.movimentobemmaior.org.br

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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